Conheci o Chaleira, a quem chamo de Zé (de José Guilherme), lá pelo início dos anos oitenta, por força do futebol. O Zé é de uma geração acima da minha, uns sete anos de diferença, pra mais, naturalmente. Ele veio da turma do Paulinho Freitas, do Netinho Albuquerque, do Vico do Issa, do Ronaldo Costa, hoje Diretor do Aimone, e eu e os meus amigos – Donga, Fábio Bonneau, os filhos do Dr. Petry - começamos a enfrentá-los lá no campo do Arroio Grande, ou na quadra da AABB.
O Zé era zagueiro, eu centroavante, e os meus calcanhares foram testemunhas de que ele não era um defensor fácil; chegava junto, direto no corpo, e dava uma batidinha por baixo de vez em quando.
Teve uma época em que os jogos contra “eles” se tornaram quase um “clássico” e o Zé tinha um costume que ajudava a aumentar essa rivalidade. Sempre depois de um gol do time deles, ele gritava pra todo o mundo ouvir: “Ih, tomaram um, agora nós vamos fazer dez”, dizia alto, de propósito, pra irritar mesmo. Ou, então, quando nós, do mesmo time, discutíamos, coisa normal no futebol, ele chegava perto e provocava: “Se vão brigar, paramos, vocês são amigos”, dizia, dando uma gravidade que a coisa não tinha, pra nos desestabilizar ainda mais.
Mais tarde, fomos companheiros no Kbção, Campeão no auge do Futebol de Sete na cidade. O Zé era zagueiro titular e eu reserva do Paulão, um dos maiores orgulhos da minha modesta passagem pelo futebol.
Depois, o Zé deixou a oficina mecânica do pai e resolveu entrar pra política; foi vice-prefeito do Chorê em 92 e vereador em 96, 2000 e 2004, sempre pelo PDS, mais tarde PP.
Tornou-se um político hábil, esperto. Em 92, por exemplo, nós do PT também disputávamos a eleição pra Prefeito, e o Zé, prevendo que nós tiraríamos mais votos do Ermínio, do PDT, do que do Chorê, companheiro dele no PDS, fazia rasgados elogios ao PT no palanque, o que muito me irritava, mas comprovava a habilidade política dele.
Pois esse Zé, agora, vai pro maior desafio da sua vida, já que deve ser confirmado candidato a Prefeito pelo PP.
Mesmo estando em lados opostos eu quero te desejar boa sorte Zé, e boa sorte, em política, não é apenas vencer, senão que é sair vivo - embora com cicatrizes enormes - dos desafios que perpassam a simples disputa eleitoral. Sorte, em política, significa terminar uma batalha de cem dias e voltar pra casa com a sensação do dever cumprido, ao lado dos companheiros, ao lado dos amigos da gente, ao lado da família.
É certo que a Isabel e a Eduarda vão sofrer com a campanha, mas já devem estar acostumadas com o destino do marido e do pai, que escolheu não ser pouco nesse mundo. Então vai, Zé, vai buscar o teu destino na vida. Destino que - independente da sorte e do resultado que tiveres - já fez de ti um nome respeitado, já fez de ti um Seu Chaleira, um Seu José Guilherme, já fez de ti, com certeza, um vitorioso Seu Zé.
O Zé era zagueiro, eu centroavante, e os meus calcanhares foram testemunhas de que ele não era um defensor fácil; chegava junto, direto no corpo, e dava uma batidinha por baixo de vez em quando.
Teve uma época em que os jogos contra “eles” se tornaram quase um “clássico” e o Zé tinha um costume que ajudava a aumentar essa rivalidade. Sempre depois de um gol do time deles, ele gritava pra todo o mundo ouvir: “Ih, tomaram um, agora nós vamos fazer dez”, dizia alto, de propósito, pra irritar mesmo. Ou, então, quando nós, do mesmo time, discutíamos, coisa normal no futebol, ele chegava perto e provocava: “Se vão brigar, paramos, vocês são amigos”, dizia, dando uma gravidade que a coisa não tinha, pra nos desestabilizar ainda mais.
Mais tarde, fomos companheiros no Kbção, Campeão no auge do Futebol de Sete na cidade. O Zé era zagueiro titular e eu reserva do Paulão, um dos maiores orgulhos da minha modesta passagem pelo futebol.
Depois, o Zé deixou a oficina mecânica do pai e resolveu entrar pra política; foi vice-prefeito do Chorê em 92 e vereador em 96, 2000 e 2004, sempre pelo PDS, mais tarde PP.
Tornou-se um político hábil, esperto. Em 92, por exemplo, nós do PT também disputávamos a eleição pra Prefeito, e o Zé, prevendo que nós tiraríamos mais votos do Ermínio, do PDT, do que do Chorê, companheiro dele no PDS, fazia rasgados elogios ao PT no palanque, o que muito me irritava, mas comprovava a habilidade política dele.
Pois esse Zé, agora, vai pro maior desafio da sua vida, já que deve ser confirmado candidato a Prefeito pelo PP.
Mesmo estando em lados opostos eu quero te desejar boa sorte Zé, e boa sorte, em política, não é apenas vencer, senão que é sair vivo - embora com cicatrizes enormes - dos desafios que perpassam a simples disputa eleitoral. Sorte, em política, significa terminar uma batalha de cem dias e voltar pra casa com a sensação do dever cumprido, ao lado dos companheiros, ao lado dos amigos da gente, ao lado da família.
É certo que a Isabel e a Eduarda vão sofrer com a campanha, mas já devem estar acostumadas com o destino do marido e do pai, que escolheu não ser pouco nesse mundo. Então vai, Zé, vai buscar o teu destino na vida. Destino que - independente da sorte e do resultado que tiveres - já fez de ti um nome respeitado, já fez de ti um Seu Chaleira, um Seu José Guilherme, já fez de ti, com certeza, um vitorioso Seu Zé.
2 comentários:
Estive por aqui... Juninho, a foto do time do cabeção é lembrança por demais. O time era a sensação do campeonato...lembro muito. Gostava quando raramente entrava em campo Aloísio do Íssa ...nas divídida ele tirava o pé..risos.. Centroavante igual ao Paulão, díficil outro igual....o estilo lembra um pouco Adriano ex- São Paulo/Internaziolane ...muita força e habilidade, diferenças nas pernas, um é destro, chuta com a direita (Paulão) e outro conhoto, chuta com a esquerda. Paulão cabeciava mais que o Adriano cabeceia atualmente. Ele jogava mais plantado entre os dois zagueiros. Com personalidade díficil mas rapito com a bola era o Caminhão... O Birinha pela esquerda era o ponto forte do Time, ...mas o melhor de todos ai na foto em termos de exercer com maestria a sua função é Cicíco. Massagista de primeira linha....O que surgia de gozação e piadas das arquibancadas quanto ele entrava na quadra era por demais...bons tempos aqueles.
Grande Solismar.
Não é a toa que eu digo na croniqueta que o meu maior orgulho no futebol foi ser reserva do Paulão, o cara jogava demais.
Mas o time tinha ainda o Osvaldo Britto, um baita goleiro; tinha o Murilo, em início de carreira, o Chaleira, de quem já falei no texto, o Didi "da Hilá", o último camarada a jogar de 'Conga'; tinha o Cacaio, um craque, além dos outros a quem fizesse referência - Caminhão, Birinha, Oscar do Cazinho...
Tinha o Cizico, até hoje um símbolo da nossa cidade, e, como figuraça, o Paulinho Kbção, o maior de todos - exêntrico, provocativo, maluco beleza - grande amigo, grande irmão, grande presença de um tempo maravilhoso que ainda existe na alma e na lembrança de todos nós.
Abração.
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