Fui convidado a comentar alguns jogos de fut-sal para a Rádio Difusora, no Torneio Municipal que acontece aqui, no Gitão, às quintas, sábados e domingos.
O futebol sempre foi muito presente na minha vida, desde pequeno, desde antes mesmo que eu existisse, acho.
O futebol sempre foi muito presente na minha vida, desde pequeno, desde antes mesmo que eu existisse, acho.
Um dos times aí das fotos, o em preto-e-branco, deve ter uns 50 anos, é de um tempo que eu nem era nascido, mas traz lembranças e significados importantes pra mim.
O meu pai - o Pedro Bittencourt - é o primeiro da foto, à esquerda, e o time é o do Jornal "A Tribuna", um semanário que existiu aqui em Arroio Grande, no final dos anos 50, início dos anos 60. A foto é de 1958, parece. Nela estão ainda o Balbino (goleiro), o Oficial de Justiça Rafael Serpa, na ponta esquerda, e outros...
Eu cresci próximo ao futebol (mas não no meio dele), e conheci as histórias do Gita, que veio a dar nome ao Ginásio de hoje, e do Agapito, com encantamento suficiente pra enxergar as jogadas, os dribles e os gols deles, numa época onde tudo ainda era em preto-e-branco.
Eu cresci próximo ao futebol (mas não no meio dele), e conheci as histórias do Gita, que veio a dar nome ao Ginásio de hoje, e do Agapito, com encantamento suficiente pra enxergar as jogadas, os dribles e os gols deles, numa época onde tudo ainda era em preto-e-branco.
Eu era criança, ainda, e isso foi antes, muito antes de eu viver as histórias do Ósca, do Marrequinho, do Tino, do Vilson do Ary...
Depois, na adolescência e na juventude, passei a repetir, junto com os meus amigos da época -década de 70, período 'brabo' da ditadura - um conceito inarredável da esquerda:
"O futebol é o ópio do povo, o furebol é o ópio do povo"... dizíamos, enquanto nos dividíamos entre torcer pela Seleção ou ficar contra, pela óbvia compreensão de que o sucesso do futebol, no "País do Futebol", auxiliava a sustentar o sistema, dando sobrevida ao regime da indiginidade. Torci contra e torci e favor, tive ídolos e tive vilões, elegi heróis e bandidos, mas não consegui nunca me livrar da paixão pelo futebol, que só perde em mim para a literatura - sempre - para a música, às vezes, e para poesia, quase nunca.
O time da foto colorida é o do Kbção, do começo dos anos 80, que marcou época no Futebol de Sete de Arroio Grande. Nele estão o Chaleira, o Osvaldo Britto, o Paulão, o Murilo e eu, entre tantos outros.
É, um dia eu cheguei a jogar futebol e agora fui convidado a comentar, como deverei fazê-lo.
Pois o futebol está presente em mim, como as lembranças dessas fotos, desde a minha mocidade ou antes mesmo que eu tivesse nascido.
Pois o futebol está presente em mim, como as lembranças dessas fotos, desde a minha mocidade ou antes mesmo que eu tivesse nascido.
Porque o futebol, ou ao menos uma parte dele - Garrincha, Heleno de Freitas, João Saldanha, Di Stéfano, Jorge Valdano, Eduardo Galeano... - pode ser também literatura*, e das boas.
(*) Livros recomendados para quem gosta de futebol:
- A estrela solitária, um brasileiro chamado Garrincha, de Ruy Castro;
- Nunca houve um homem como Heleno, de Marcos Eduardo Neves;
- João Saldanha, uma vida em jogo, de André Iki Siqueira;
- Gracias, Vieja, de Alfredo Di Stéfano;
- Contos de Futebol ou Sonhos de Futebol, de Jorge Valdano;
- Futebol ao sol e à sombra, de Eduardo Galeano.
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