Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado.
Depois de um mês da enquete realizada aí do lado, o resultado da votação foi o seguinte: Escritor sul-americano (não brasileiro) preferido pelos leitores - Gabriel Garcia Márquez, com um percentual de 60% (44 votos), seguido por Jorge Luís Borges (25%) e pelo poeta Pablo Neruda com 8%. Os demais citados na enquete foram pouco lembrados.
A nível nacional, o mais votado foi Jorge Amado (50%, ou 43 votos), seguido de Érico Veríssimo, com 18%. Por um desses mistérios que alguém-ainda-explica-pra-gente-algum-dia, Paulo Coelho teve quase um terço do total de seus votos nos últimos 40 minutos da enquete, ultrapassando Machado de Assis, com 14 contra 12 votos.
Devido ao número de votantes, nem sei se dá para tirar qualquer conclusão “científica” do resultado, embora os nomes escolhidos venham a ser possivelmente os mais recomendados da escrita sul-americana e brasileira.
De fato, Gabriel Garcia Márquez é um ícone da literatura latina, desde a criação do épico “Cem Anos de Solidão”, há quase meio século, até o recente “Memória de Minhas Putas Tristes” (de 2004), passando por “Crônica de uma morte anunciada” e “O Amor nos tempos do cólera”, só para ficar nas unanimidades.
Garcia Márquez é realmente uma lenda, felizmente ainda viva nos seus 80 anos, e possui o inegável reconhecimento e consagração da crítica e dos leitores, mesmo entre os adeptos de Jorge Luís Borges - escritor, pensador e homem “difícil” –, como eu.
Já entre os brasileiros também não surpreende a escolha de Jorge Amado, seja pela magnitude da sua obra, seja pela divulgação dos seus principais trabalhos no cinema e na televisão – Dona Flor e seus dois maridos, Gabriela, Tieta e muitos outros – o que, obviamente, facilita a aceitação de Jorge entre o público brasileiro, não muito afeito a leitura de romances longos ou de maior complexidade.
A divulgação da obra de Jorge Amado por outros meios, porém, só reafirma a qualidade do escritor, que viu os “tipos” por ele criados incorporados à cultura nacional, muito além da Bahia e do Nordeste.
Depois de Jorge, veio o gaúcho Érico Veríssimo (um pouco de televisão – O Tempo e o Vento, Um Certo Capitão Rodrigo... bairrismo?), Paulo Coelho (mistérios do “mago”?) e Machado de Assis, este também um escritor “difícil” para quase todos.
Da nossa parte, tivemos apenas a intenção de, com a enquete, possibilitar a valorização pelo leitor do que é inegavelmente interessante, pois a verdade é que - seja na literatura, na música, ou no comportamento - um pouco do que é bom não faz mal a ninguém, e bobagem demais ou o tempo todo cansa, mesmo num lugar onde alguns praticamente já se acostumaram a viver só disso.
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