O principal nome da Revolução Farroupilha, do ponto de vista dos revoltosos, foi, sem dúvida, o do líder Bento Gonçalves da Silva, General Revolucionário tornado Presidente da República Rio-Grandense com a instalação da Capital Farroupilha, em Piratini, em 1836.
Pois, com o passar dos anos, Bento acabaria se transformando também num personagem controvertido, despertando sentimentos variados entre os historiadores do movimento separatista gaúcho e gerando posições conflitantes entre os seus estudiosos.
Fez fama, nos anos 80, a polêmica obra de Tau Golin – Bento Gonçalves, o Herói Ladrão* (1983), onde o escritor faz de um pequeno ensaio de pouco mais de 50 páginas uma verdadeira denúncia sobre a vida do líder maior da insurreição farroupilha.
Tau Golin teve inúmeras respostas, muitas (a maioria até) com a finalidade apenas de atacá-lo e de impedir a revisão histórica, desprezando o debate que a sua instigante obra propunha; outras, porém, que aproveitaram a polêmica para aprofundar a discussão sobre o “decênio heróico” e o seu mito maior, já que não dá para negar, sem qualquer ufanismo, que a Revolução Farroupilha foi mesmo o grande momento do Rio Grande, razão pela qual sobrevive até hoje como símbolo maior da história dos gaúchos.
Alimentando o debate, a página traz algumas das observações de Tau Golin e o contraponto feito a elas por Fernando G. Sampaio, na obra Bento Gonçalves – Mito e História, publicada logo em seguida (1984) ao livro do primeiro, para análise e avaliação dos interessados.
Pois, com o passar dos anos, Bento acabaria se transformando também num personagem controvertido, despertando sentimentos variados entre os historiadores do movimento separatista gaúcho e gerando posições conflitantes entre os seus estudiosos.
Fez fama, nos anos 80, a polêmica obra de Tau Golin – Bento Gonçalves, o Herói Ladrão* (1983), onde o escritor faz de um pequeno ensaio de pouco mais de 50 páginas uma verdadeira denúncia sobre a vida do líder maior da insurreição farroupilha.
Tau Golin teve inúmeras respostas, muitas (a maioria até) com a finalidade apenas de atacá-lo e de impedir a revisão histórica, desprezando o debate que a sua instigante obra propunha; outras, porém, que aproveitaram a polêmica para aprofundar a discussão sobre o “decênio heróico” e o seu mito maior, já que não dá para negar, sem qualquer ufanismo, que a Revolução Farroupilha foi mesmo o grande momento do Rio Grande, razão pela qual sobrevive até hoje como símbolo maior da história dos gaúchos.
Alimentando o debate, a página traz algumas das observações de Tau Golin e o contraponto feito a elas por Fernando G. Sampaio, na obra Bento Gonçalves – Mito e História, publicada logo em seguida (1984) ao livro do primeiro, para análise e avaliação dos interessados.
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"Tão objetiva como a Carta ao rei é a "Relação" de Rebello (Sargento Albano de Sousa Hneriques Rebello), cujo original também se encontra na Biblioteca Nacional. Com a síntese própria de um diário, ele dá as seguintes informações:
1 - Bento Gonçalves, a 22 de dezembro de 1817, introduziu roubadas - 5.500 - reses.
(...)
Seguem-se mais 6 relatos (do dito Rebello) sobre 'introdução' de gado irregular (mais de 15 mil cabeça) por Bento no Estado, prosseguindo o autor Tau Golin:
Somente pela estimativa desses dois documentos há a indicação precisa que Bento Gonçalves da Silva roubou e contrabandeou explicitamente 21.600 cabeças de gado, além de mais quatro tropas sem citação do número de animais".
(BENTO GONÇALVES O HERÓI LADRÃO - Tau Golin - LGR Artes Gráficas - 1983 - págs. 33-35).
* o Livro de Tau Golin é, hoje, raro, encontrando-se esgotado e sem reedições.
"Nesta curiosa relação, segundo Golin, fica comprovado que Bento Gonçalves fez sua fortuna com 21.600 cabeças. Se ele já tinha em sua fazenda uruguaia, anos antes, 15 mil cabeças, bem pode-se concluir que a soma de gado que Golin aponta não é algo tão fantástico. E digo a soma que Golin aponta, pois um exame atento não revela mais do que 8100 reses introduzidas.
(...)
Observa-se, ainda, que a área de onde proveio este gado é o Uruguai, onde ele tinha a sua fazenda e era teatro de operações bélicas. Portanto, área onde Bento Gonçalves podia agir legalmente, contra os aliados de Artigas. Os nomes indígenas citados na relação, a zona do arroio Gutterres, etc, tudo apontam para presas de guerra e não roubo".
(BENTO GONÇALVES: MITO E HISTÓRIA - Fernando G. Sampaio - Martins Livreiro Editor - 1984 - págs. 90/91)
Um comentário:
Pedro, o conteúdo de "Bento Gonçalves, o herói ladrão", encontra-se no livro A Fronteira, publicado pela L&PM, 2002, volume 1, também de Tau Golin.
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