Na crônica publicada na sexta-feira – “Eu viajei de trem” - fiz referência às viagens de Pelotas que terminavam em Jaguarão, e as “embaixadas” que assistia o Mário Franco fazer, na Pça. Alcides Marques, no Centro daquela cidade.
O Mário Franco, para quem não conheceu, era um sujeito folclórico que, nos anos 1970, pegava uma bola de futebol, e, praticamente todos os dias, se dirigia à Praça Central de Jaguarão, onde ficava fazendo intermináveis embaixadas (que no meu tempo de guri se chamavam ‘peneiradas’) e conversando com os passantes, procurando não deixar a bola cair.
O que mais chamava a atenção no Mário, além desse hábito bizarro, era a forma esquisita como ele se vestia: com um fardamento desbotado, utilizando uma meia de uma cor (acho que tricolor, do Grêmio) e a outra num tom cinza, o homem calvo, que já havia ultrapassado de há muito a ‘meia idade’, ia para o Centro de Jaguarão acompanhado também de uma pequena maleta, onde guardava alguns pertences (acho que roupas, inclusive), que costumava utilizar ali mesmo, na Praça.
Eu, por viver em Arroio Grande (e estudar em Pelotas) e por ser pouco mais que um adolescente à época, pouco sabia sobre ele, mas toda Jaguarão o conhecia e, ao que lembro, respeitava as suas esquisitices como personagem folclórico da “cidade heróica”.
Que fim terá levado o velho Mário Franco? Estará ainda entre nós, ou já terá partido rumo a um outro universo, rumo à outras praças e calçadas, acompanhado da sua inseparável companheira – a bola – e do seu bizarro fardamento de aprendiz do futebol?
Aonde estiver, palmas para ele, afinal existem hoje cada vez menos personagens que trazem graça e fantasia a este mundo sem qualquer romantismo, onde a pureza dos Mários Francos faz cada vez mais falta, nas calçadas, nas ruas, nas praças...
O Mário Franco, para quem não conheceu, era um sujeito folclórico que, nos anos 1970, pegava uma bola de futebol, e, praticamente todos os dias, se dirigia à Praça Central de Jaguarão, onde ficava fazendo intermináveis embaixadas (que no meu tempo de guri se chamavam ‘peneiradas’) e conversando com os passantes, procurando não deixar a bola cair.
O que mais chamava a atenção no Mário, além desse hábito bizarro, era a forma esquisita como ele se vestia: com um fardamento desbotado, utilizando uma meia de uma cor (acho que tricolor, do Grêmio) e a outra num tom cinza, o homem calvo, que já havia ultrapassado de há muito a ‘meia idade’, ia para o Centro de Jaguarão acompanhado também de uma pequena maleta, onde guardava alguns pertences (acho que roupas, inclusive), que costumava utilizar ali mesmo, na Praça.
Eu, por viver em Arroio Grande (e estudar em Pelotas) e por ser pouco mais que um adolescente à época, pouco sabia sobre ele, mas toda Jaguarão o conhecia e, ao que lembro, respeitava as suas esquisitices como personagem folclórico da “cidade heróica”.
Que fim terá levado o velho Mário Franco? Estará ainda entre nós, ou já terá partido rumo a um outro universo, rumo à outras praças e calçadas, acompanhado da sua inseparável companheira – a bola – e do seu bizarro fardamento de aprendiz do futebol?
Aonde estiver, palmas para ele, afinal existem hoje cada vez menos personagens que trazem graça e fantasia a este mundo sem qualquer romantismo, onde a pureza dos Mários Francos faz cada vez mais falta, nas calçadas, nas ruas, nas praças...
3 comentários:
O Mário Franco morreu fazem mais de 10 anos já, ele foi um atleta do extinto Jaguarão Esporte Clube na década de 50 e seu oficio era como vidraçeiro, por isso levava sempre a maleta com um pouco de massa para vidros e poucas ferramentas. Além das embaixadas na praça ele também fazia durante as "apresentações" com a bola divulgações sobre eventos esportivos na cidade como futebol varzeano e motocross e também divulgação dos filmes em cartaz no antigo Cine Regente.
Valeu, Jaguarão.
Eu me criei vendo o Mário Franco, mas realmente pouco sabia sobre ele.
Na minha infância, eu passava parte das férias aí em Jaguarão, já que os meus avós paternos - o Guadil Bittencourt e a Profª Delícia - aí residiam, assim como a minha avó materna - a Dona Honorina Moura, mãe da Maria Lígia, da Lilian, e da minha mãe Josina.
Por isso, conheci bem o Mário Franco - o personagem que via na Praça, não a pessoa -, de quem jamais tive dados ou maiores notícias, até agora.
Obrigado, pois, pelos esclarecimentos, e a satisfação de te receber nesta modesta página.
Um abraço.
Posso colaborar com uma estória política: ele ao fazer embaixadinhas também comentava sobre a vida errada de uma primeira dama que aqui do lado brasileiro era uma perfeita dama, mas ao passar o talvegue do rio (divisa com o Uruguai) se transformava na mulher fatal e "fácinha" como dizem os jovens. O marido usando de suas prerrogativas mandou prendê-lo e levá-lo para ser examinado no Hospício São Pedro para ver se ele era louco. Após detidos exames, restou o diagnóstico de que não era alienista (como falou Machado de Assis). Ele voltou e entre embaixadinhas como não podia ser explícito dizia: Eu fui examinado, sou "certo", mas ELA continua a mesma (como a emérita Maria Tereza! como dizia o Chico Anísio). O marido mandou prendê-lo, mas o Mário Franco com a maior cara "ingênua" declarou: Eu falo de alguém que todos conhecem pela honestidade neste lado da fronteira! Amém!
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