"Eram seis horas da tarde, mais ou menos. Mantivemos por algum tempo aquela coxilha, que os dois comandos gerais queriam insistentemente ocupar para o combate do dia seguinte... Um prisioneiro maragato, na tarde de Carovi, foi quem matou a Gumercindo Saraiva. Do seguinte modo: Disputada havia três horas, a posição tinha de ficar em poder de um de nós. Vimos uma figura destacar-se à esquerda das forças contrárias. Não sabíamos quem era. Mas o nosso prisioneiro (um prisioneiro de Passo Fundo... que não fora vitimado), exclamou, comovido, reconhecendo Gumercindo à distância: - "O General!". Compreendi - Fogo de pontaria!, ordenei. - Pontaria!, repeti. Ouviram-se soltas rajadas de carabinas. Gumercindo caiu".
.................................................
Depoimento de Bento Porto sobre a morte de Gumercindo Saraiva recolhido pelo escritor Alcides Maya, no ano de 1912 - Em Maragatos e Pica-Paus, Guerra Civil e Degola no Rio Grande - Carlos Reverbel, L&PM, 1985, fl. 67.
.................................................
Esta é uma das inúmeras versões da morte general revolucionário Gumercindo Saraiva - registrado como nascido em Arroio Grande, em 13 de janeiro de 1852 - acontecida em 10 de agosto de 1894 em Carovi, lugar perto de Itaqui, próximo à fronteira argentina.
Neste 10 de agosto fazem, portanto, 115 anos da morte do caudilho maragato, de quem a história já muito falou e de quem ainda haverá muito o que contar, com toda a certeza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário