segunda-feira, 31 de agosto de 2009

TERRA DE MAUÁ

Parece que valeu mesmo a luta do Deputado Federal Fernando Marroni (PT) no seu pleito junto ao patrimônio da União para tentar conseguir a cedência de uma antiga locomotiva para o Arroio Grande, a fim de simbolizar a "Terra de Mauá", título adotado pelo Município em face do nascimento aqui de Irineu Evangelista de Souza (1813) - o Visconde de Mauá, morto em 1889.
Segundo o Prefeito Jorge Cardozo (PDT), a Locomotiva (exatamente como aparece na foto acima) já está garantida ao Município e poderá ser deslocada para Arroio Grande proximamente, devendo ser integrada ao novo pórtico da cidade, cuja construção permanece aguardando a liberação de verba solicitada à União para este fim.
Para a cidade que possuia até então apenas uma mesa e alguns móveis e utensílios pertencentes a Mauá, um símbolo deste porte - vinculado à imagem do homem que construiu a primeira estrada de ferro do Brasil - representa um ganho extraordinário, sem dúvida.
Aguardemos.

domingo, 30 de agosto de 2009

AS RUAS DA MINHA CIDADE (XI) - RUA MÁXIMO PEREIRA


- Rua Máximo Pereira, próximo à esquina com a Rua D. Pedro II -
A Rua Máximo Pereira corta o Centro de Arroio Grande, no sentido leste-oeste, tendo o seu início na Av. Nossa Senhora das Graças – bem próximo ao acesso da estrada RS que leva ao Município de Herval – e finalizando perto da junção das Vilas São Gabriel e Vidal, depois de percorrer cerca de 1.500 metros. É uma rua extensa, portanto, onde está situado um dos raros prédios “altos” da cidade (a arquitetura vertical praticamente inexiste no Arroio Grande), aqui conhecido como “Edifício do Dirceu” (foto), em razão do nome do proprietário-construtor da edificação.
A rua tem esse nome em homenagem a Máximo Pereira Machado, proprietário de terras e de escravos, que viveu em Arroio Grande nos anos 1809/1886 e de quem se falará separadamente (abaixo).
De ressaltar-se que o nome de Máximo Pereira foi utilizado inicialmente na atual Rua Dr. Dionísio de Magalhães, sendo que a troca de denominação ocorreu através do Decreto Legislativo nº 22, de 4 de maio de 1956, em razão do falecimento do médico Dionísio, ocorrido naquele ano.
Como curiosidade, ainda, o fato de que a Rua Máximo Pereira, na parte em que é concluída na Av. N. S. das Graças, dista poucos metros, para o oeste, da Rua Oliverio Pereira Bretanha, este filho de Máximo, nascido em 1845, e que, ao adotar o “Bretanha” ao invés de “Machado”, deu origem àquele sobrenome no Arroio Grande (ver abaixo).

MÁXIMO PEREIRA (O personagem)

Máximo Pereira (ou Máximo Pereira Machado) nasceu em Arroio Grande em 13/02/1809, tendo casado, no Chasqueiro, em 23/02/1835, com Maria Clementina de Souza, prima de Mauá. (Maria Clementina era filha de Eleutério Souza, que era filho de Manoel Jerônimo de Souza, um dos fundadores de Arroio Grande e pai de João Evangelista Souza, este pai do Mauá).
Já Máximo era filho de Nicolau Pereira e de Francisca Soares Louzada; ela, que teria morrido com mais de 110 anos, era filha do Capitão Francisco Soares Louzada, um dos maiores sesmeiros do Estado, e tendo Máximo Pereira, mais tarde, herdado parte das terras da família, possibilitou, através da cedência dessas terras (a maior parte por venda), a expansão do núcleo urbano do Arroio Grande, tanto para o leste como para o norte, em direção ao antigo cemitério (atual Pracinha de Esportes, em frente ao Centro de Cultura).
Máximo Pereira teve ao menos cinco filhos - três falecidos quando crianças (Clementino, Florisbelo e Constância, todos, provavelmente, de uma mesma epidemia), e, ainda, Maria Joaquina Pereira, casada com Menandro Rodrigues Fontes (o “Dr” Mennadro, “vizinho”, como nome de Rua, em determinada época do próprio Máximo Pereira, afinal o primeiro dava nome à atual Rua Herculano de Freitas, e o segundo a atual Rua Dr. Dionísio de Magalhães...), e, por fim, Olivério, que, depois, passou a usar o nome de Olivério Pereira Bretanha (nascido em 1845, em Arroio Grande), que foi o primeiro a usar esse nome, sendo que dele descendem os Bretanha, de AG e Jaguarão, tendo sido Olivério Presidente da Câmara de Vereadores de Arroio Grande, no período 1887/1889 (o que correspondia à administraçao da Vila à época, já que os Intendentes surgiriam apenas a partir de 1892/1893), tornando-se também nome de rua na cidade (ver box acima).
É possível, ainda, que Máximo Pereira tenha tido outros filhos.
Segundo informações, desses Pereira Machado descendem o “Seu” Lauro Machado e demais familiares do Dr. Paulo Machado Carriconde.
Como curiosidade, Máximo Pereira foi dono de inúmeros escravos, a quem concedeu a liberdade deixando registrado que assim o fazia, como consta na Carta em favor do escravo Leonel, para ser cumprida - “depois da minha morte, em louvor de minha alma, em recompensa dos seus serviços em ajudar a ganhar o que deixo para os meus herdeiros e sofrer impertinências, sofrendo como bom escravo”. As Cartas foram registradas no 1° Tabelionato do Município de Jaguarão, em sua maioria no ano de 1887, cerca de um ano após a morte de Máximo Pereira.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

UM PEDAÇO DA MOCIDADE

Esquina Máximo Pereira c/Júlio de Castilhos - Bar do Dovinha
Em seguida à minha formatura, na metade da década de 80, retornei para o Arroio Grande para decidir o que fazer, da profissão e da vida. Não foi fácil. De repente, a Faculdade termina e a gente deixa de conviver com aquele ambiente efervescente – o aprendizado, as rodas de discussões, as festas, as gurias... – e, aos vinte e poucos anos, fica assim “meio perdido”, relutando em deixar uma vida que, decididamente, é a melhor de todas.
Pois aconteceu comigo, como acontece com quase todos. No meu caso, depois de estudar fora por duas décadas, eu, aos 23 anos de idade, estava de volta ao Arroio Grande. Não foi fácil, não foi bom, como se tornaria mais tarde voltar a viver por aqui.
Então, eu encontrei na parceria com o Donga alguma motivação, e lá fomos nós, em plenos anos 80, encontrar o que fazer nesta cidade: pintar quadros, escrever textos, colaborar com os jornais e freqüentar bares, muitos bares, aqui e por toda a região.
Do Herval à Praia do Hermenegildo, de São Lourenço à Cuchilha, no Uruguay, a nossa vida era um bar aberto, e nos permitíamos sonhar e prolongar um pouco mais a juventude.
Em Arroio Grande, então, fazíamos um roteiro barsístico invejável, que incluía, além da indefectível Top Set, também o Bar do Tino, o Mostardão, o Bar do Bibico, e - o começo de tudo - o aperitivo no Bar dos Esportes, também chamado de Bar do Dovinha.
Pois ali, na esquina da Máximo Pereira com a Júlio de Castilhos, se reunia, a cerca de 20 anos, uma turma considerável, que discutia de tudo – futebol, política, pescarias e sobre questões bizarras e improváveis, como, por exemplo, quanto a veracidade de certos acontecimentos do universo. Não tenho bem certeza, mas acho que ali é que foi lançada à dúvida sobre o homem ter ou não pisado na Lua, sobre a Revolução Russa também, idem para o suicídio de Getúlio e outros fatos que marcaram a história.
O Donga era o mediador e, não raro, vinha de casa com alguma enciclopédia debaixo do braço (na época não havia internet), para dirimir questões da véspera, ou mesmo de longa data, já que era comum as dúvidas persistirem por um bom tempo, prolongando a cizânia entre os freqüentadores do bar.
Ao lado de tudo isso, detrás do balcão, olhos e ouvidos atentos, mas irretocável na discrição, a figura paternal, respeitosa e amiga de Aldrovando Horner, o Seu Dovinha, de quem seria possível dizer muito.
Pois o Seu Dovinha nos deixou recentemente e, tal qual os velhos tempos do Bar dos Esportes, vai ficar como uma lembrança inesquecível de uma época boa desta cidade.
Para mim, particularmente, que tenho agora os cabelos esbranquiçados, que já não sonho como aos vinte e poucos anos, que freqüento bem menos bares do que gostaria, resta, na partida do Seu Dovinha, além da perda de um amigo, de uma figura irretocável, de um cidadão de bem, a certeza da partida também da minha mocidade, e de que a minha juventude se foi, definitivamente.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

HISTÓRIAS (XI) - O PIJAMA LISTRADO DO CATETE

Para não deixar em branco a passagem dos 55 anos da m0rte de Getúlio Vargas, a página publica uma pequena historinha (famosa) do caudilho do Rio Grande, o polêmico Presidente, o "Pai dos pobres", o Dr. Getúlio, a quem atribuíram fatos que até hoje restam nebulosos e controversos:
A advertência de Osvaldo Aranha:
"Getúlio - disse Osvaldo - andam falando que és amante da Adalgiza, do Lourival.
- Bobagem, Osvaldo - disse Getúlio - isso é coisa que o próprio Lourival anda espalhando só para se engrandecer, para se valorizar".
Mas é uma mulher e tanto, linda e brilhante - insistiu Aranha.
- É o que sempre me diz o Lourival - confirmou Getúlio, esboçando um sorriso".
Do livro Getúlio - Romance - de Juremir Machado da Silva, Ed. Record 2004, fls. 27-28.
(*) A anunciada postagem da Rua Máximo Pereira ("As ruas da minha cidade..."), fica para o dia 30 de setembro, retificando para o dia 30 de agosto.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

AS RUAS DA MINHA CIDADE (Já publicadas)

Já foram postadas até o momento dez publicações sob o tema “As Ruas da Minha Cidade”. Por inadvertência do autor, a Rua Gumercindo Saraiva foi referida duas vezes, conforme se pode observar da relação abaixo.

Em ordem decrescente, com as respectivas datas da publicação, aparecem as ruas:

X – Gumercindo Saraiva (11/agosto/2009)
IX – Av. N. Sra. das Graças (07/julho/2009)
VIII – Andrade Neves (26/maio/2009)
VII - Dr. Monteiro (05/novembro/2008)
VI – Dr. Dionísio de Magalhães (09/setembro/2008)
V – Basílio Conceição (06/agosto/2008)
IV – Mário Maciel Costa (30/julho/2008)
III – Gumercindo Saraiva (22/julho/2008)
II – Herculano de Freitas (14/julho/2008)
I – Avenida Visconde de Mauá (08/julho/2008)

Na sequência, a publicação de mais cinco ruas:
Máximo Pereira (27 de agosto)
Leonel Fagundes (21 de setembro)
Souza Gusmão (Outubro/2009)
Salvador Soares (Novembro)
Av. Maria Pereira das Neves (Dezembro/2009).

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CINCO QUESTÕES P/UMA SEGUNDA-FEIRA

Se a flecha que voa está, a cada instante do seu vôo, em repouso em relação ao espaço que ocupa, então quando é que ela voa? (Paradoxo de Zenon, de Eléa)

Se a Torre de Pisa está imóvel e a Terra é quem gira, então qual das duas é que está torcida?

Se quando o meu pai nasceu eu sequer existia, o meu pai é mais velho ou é mais novo do que eu?

Por que tudo junto se escreve separado e separado se escreve tudo junto?
(Será pela mesma razão que junto se escreve tudo junto e tudo separado se escreve separado?)

Se domingo é dia de tomar chimarrão, assar churrasco, beber cerveja, escutar futebol, comer pipoca, namorar, lamber rapadura, passear, beber mais cerveja e deitar completamente esgotado, o dia de descansar será segunda-feira?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

AUTORRETRATO 2 (O CÂNTICO NEGRO)













Aos 40 anos .............. - - - .......... Com menos de 1 ano

A vida não se resume às coisas belas. Meu “primeiro” auto-retrato (ainda com hífen, ainda sem dois erres) foi carregado de boas lembranças, mas a verdadeira face humana é a da queda. Aprendi que existem marcas que ficam pela vida inteira quando aos doze anos de idade tomei um tapa na saída do colégio. Uma vez levei um “fora” de uma menina e pensei ser vítima de uma conspiração do mundo; era o anúncio da megalomania. Durante a primeira comunhão, vi um colega empurrar outro do alto do escorregador da praça, passei a desconfiar dos efeitos da catequese. Uma das diversões da minha infância era roubar adesivos dos carros; os “filhinhos de papai” são marginais com blindagem. Antes da BR, os ônibus que iam para Pelotas paravam por meia hora na Rodoviária do Matarazzo. Eu nunca suportei o cheiro de leite quente e até hoje tenho náuseas com a visão da nata boiando. No primeiro porre que tomei o vômito vinha em jorros, deu para encher uma bacia inteira. A minha segunda relação sexual foi com uma prostituta, à primeira não. É claro que eu tive uma paixão platônica por uma professora. Eu sempre fui míope. Tive tifo aos dezesseis anos e hepatite aos dezenove, o meu fígado é um milagre de perseverança. Um dos meus versos preferidos é o que diz “eu não vou por aí, só vou por onde me levam os meus próprios passos...” Quando o meu avô morreu, fiquei pensando em como seria a vida do meu pai sem a vida do pai dele. Certa vez, no Herval, tive uma faca pressionada contra o estômago. O medo dá calor. É inútil sonhar com uma vida “romântica”, sem brutalidade ou ignorância, para quem mora aqui no Sul. O entardecer na campanha é melancólico, me faz voltar correndo pra urbe. Dizem que o meu pior defeito é a vaidade, não é, é o de negar evidências. Têm muita gente que me odeia apenas pela aparência, imagina se conhecessem o resto. Eu sou da “velha esquerda” e não gosto de nada que lembre a antiga Arena. As derrotas nas eleições municipais de 1988 e nas nacionais de 1989 liquidaram com a minha geração. Eu fui reprovado no único concurso público que prestei. Todos os dias eu me comprometo em nunca mais julgar as pessoas. Não é verdade que a vida inicia aos quarenta, o que começa é a acovardamento. Espero que alguém se disponha um dia a escrever sobre a história dos derrotados do Arroio Grande. É preciso beber muito para agüentar a maioria das pessoas. A “Terra de Mauá” se transformou no paraíso dos medíocres que ocupam as esquinas e a mídia local toda a semana. Eu não vou estar mais vivo quando as verdadeiras transformações sociais começarem a acontecer por aqui. Queria ouvir uma liderança popular dizer – em vez dos demagogos que vivem de repetir que são “amigos do povo” -, como na canção do Paez: “No todo está perdido! Yo vengo a ofrecer mi corazón!” Queria poder estar ao lado do povo, queria participar das transformações, queria poder oferecer o meu coração, mas ele está cada vez mais coberto de uma impenetrável neve tropical...


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

EU NÃO VOU POR AÍ!

O Cântico Negro – escrito pelo poeta português José Régio (José Maria dos Reis Pereira, nascido em Vila do Conde, Setembro de 1901, onde morreu em Dezembro de 1969) - e que aprendi a recitar (não sei se “declamar”) com o meu pai nos anos 70, contém alguns dos meus versos preferidos, e, também por isso, é parte do Autorretrato II, a ser publicado amanhã -sexta-feira - aqui na página.

CÂNTICO NEGRO
"Vem por aqui" — dizem-me alguns, com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos, como farrapos,
Arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo,
Foi só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, o sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas, tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui!"
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
(José Régio)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

VAMOS PASSEAR NA PRAIA...

Aí estão as fotografias que comprovam o que aconteceu nos primeiros dias de agosto, na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do Brasil.
Em uma manhã de sol, apesar do frio intenso, o lobo marinho saiu do mar, passeou pela orla, e, não satisfeito, subiu às ruas do Hermena, visitando diversas casas em plena integração com os moradores da praia.
A paisagem do balneário - que costuma receber também a visita de pingüins nesta época do ano -, ficou com certeza mais bonita com a visita do curioso habitante marinho, que despertou o carinho dos habitantes do Hermena, o nosso Mar da Tranquilidade, a maior praia do mundo em extensão, cenário capaz de abrigar todas as espécies.















terça-feira, 18 de agosto de 2009

O REI

Estive em Porto Alegre onde fui assistir a uma das quatro apresentações de Roberto Carlos, no Gigantinho.
Fui por uma simples razão, nunca havia visto nenhum espetáculo do Rei pessoalmente.
Confesso que nunca fui muito fã do Roberto Carlos, especialmente pela sua postura “política”, pois mesmo sendo um dos nomes de maior peso da classe artística nacional sempre pareceu meio omisso às grandes questões da nação brasileira, como ditadura, censura, corrupção e outras.
Entretanto, é impossível desconsiderar a trajetória de um camarada que há 50 anos permanece como um dos símbolos da música popular e romântica do país.
Para mim, que já havia assistido ao vivo alguns dos maiores nomes da MPB – Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Milton Nascimento e João Bosco, só para ficar nos meus preferidos -, assim como a divã pop internacional Madonna, era indesculpável não ver (ou escutar) pessoalmente o Rei, o que pude fazer sem prejuízo do tempo.
E isso porque, como diz Caetano em canção idealizada para o próprio Roberto, “eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista/o tempo não para e no entanto ele nunca envelhece” (Força Estranha).
Permaneço com a idéia de que Roberto Carlos poderia ter tido uma influência muito mais positiva na busca de soluções para os problemas sociais e políticos que o país viveu no último meio século, mas isso não pode impedir ninguém de reconhecer também a sua grandeza como artista, o seu carisma pessoal e o seu enorme talento (o controle de voz é impressionante).
Como disse (mais uma vez) Caetano: “Roberto é o Rei, ora!”, e essa coisa de majestade adquirida pela arte (não por qualquer herança) merece mais do que aplauso, merece respeito.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DEZ MIL

Idealizado com a intenção de divulgar os escritos do autor, o blog auto-retrato chega, em menos de ano e meio da sua criação, aos dez mil acessos, mantendo uma média mensal de cerca de 500 visitações.
A satisfação é saber que o blog serve para encurtar as distâncias entre forasteiros, arroiograndenses que estão longe e moradores “da paróquia”, que visitam o autorretrato (atual grafia) para encontrar um pouquinho de informações do momento atual e da história do Arroio Grande, razão maior da criação desta página.
Obrigado aos leitores pela paciência e pela consideração.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

AUTO-RETRATO*














Aos 30 anos ... - ... Aos 10 anos
Quem disse foi o João Garcia, tempos atrás, numa pequena crônica aqui mesmo na “Evolução”: “enterrem as minhas cinzas sob o salso chorão”. Para quem gosta de Arroio Grande é fácil à identificação. É bom ser “daqui”. Sair e voltar. A minha infância foi feliz jogando bola no “perau”. A primeira calça cumprida que usei foi numa matiné, no Cine Marabá. Eu cresci ali perto e assisti aos festivais que fizeram à fama do Atanásio. O Caboclo falou noutro dia que o Atanásio foi o que de mais cult a cidade já teve. Não sei bem o que é cult, mas sei que o que eu queria mesmo era ser compositor. Tenho mais coragem de escrever do que de dizer o que penso. Isso é timidez ou exibicionismo? Na minha adolescência, as gurias bonitas, a Maria Cláudia e a Sissi, me deixavam bastante envergonhado. Eu tive uma paixão platônica por uma menina de Jaguarão. Gosto de falar sobre o que floresce e sobre o que vira fumaça, pedacinho de papel. Os primeiros cigarros que fumei foram no prédio da Biblioteca Pública, em construção. Lembro do tempo em que os Correios e Telégrafos ficavam abertos até à noitinha. Achava lindo ver o telegrafista mandando mensagens, com seus dígitos codificados. É necessário voar. Em Arroio Grande passou uma vez um enorme Zepellin. É triste morrer no chão. Eu morei junto com o Basílio Conceição e com o Baixinho do Assis e sempre achei o Paulinho do Cabeção maravilhoso. Eu gosto de pessoas decentes. Eu amava a Maria Caetano e gosto demais do Plínio. Não sei se é preciso explicar tudo o que a gente sente. A maior perda cultural do Arroio Grande foi o fim da Top Set. Tenho saudade de conversar política com o Omar Bretanha e de brigar com o Edy do Solano. O Neneco Silveira me ensinou a sonhar e me levou a conhecer o Pacífico. Sinto falta do tempo em que pegava a estrada com o João Garcez em busca de mais sonhos. As mudanças em Arroio Grande viraram simples fantasia, muito menos que pedacinho de papel. Esquerda e Direita, aqui, são tão confusas quanto desimportantes. Nada devolve o tempo que se perdeu. Eu sou um apaixonado pelas ruas da cidade. Houve uma época em que quase trocaram o nome da Dr. Monteiro. O nome mais forte é o da Gumercindo Saraiva. A mulher que eu acho mais interessante mora na Herculano de Freitas. Eu gosto de mulheres interessantes, com seus mistérios e seus perigos. Esta é uma cidade onde quase ninguém se expõe. Não há nada melhor do que beber cerveja ao lado de gente simples. A música do Bar do Xiringa às vezes chega a ser profética. Eu joguei dois clássicos pelo infantil do Arroio Grande. Nunca existiu um jogador como o Ósca por aqui. Sou Promorar e não entendo nada de Carnaval. Eu queria ser mais alegre todos os dias. Queria também ver uma apresentação de Tango em plena Praça Central. Eu amo os meus dois filhos e continuo namorando cada pedra do Arroio Grande. Bem que o Prefeito podia dar um jeito nas ruas da cidade, principalmente onde nem pedras têm. Desejo que o arroio venha bater às portas da minha casa. O meu texto é juvenil demais. Eu quero morrer velhinho, como na receita do Nei: “bebendo vinho e olhando à bunda de alguém”. Espero que as minhas cinzas demorem muito a chegar...
(*) Publicado originalmente no Jornal “A Evolução” em 04 de março de 2006.
Na próxima semana “Autorretrato (que é como se escreve agora) II – O Cântico Negro” – das lembranças amargas.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

LENDA

O camarada que aparece comigo aí na foto – também de óculos, de blusa vermelha, à direita do nosso grande amigo Lila... – chama-se Oscar Otávio de Jesus Falcão Oliveira Esteves, o lendário Goleiro do E. C. Arroio Grande ÓSCA, a mais extraordinária figura da história do futebol da cidade, ao menos dos últimos 50 anos. (Pessoalmente, acho que para superar o Ósca somente o Gita, pelo que representou jogando no Grêmio dos anos 50...).
Pois o Ósca, que faleceu precocemente há alguns anos (pouco tempo depois dessa foto), faz parte do auto retrato (escrito antes que a grafia mudasse para autorretrato), uma série de imagens da minha vida – da infância até a idade adulta – publicadas, em formato de crônica, já há alguns anos em jornal local e que serão reproduzidas na sexta-feira aqui na página.
É o Auto Retrato I, o das boas lembranças; depois, vem o inédito Autorretrato II, O Cântico Negro - das imagens amargas - pois a vida é bela porque não se resume somente as coisas belas.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

AS RUAS DA MINHA CIDADE (X)

Rua Gumercindo Saraiva, esquina Zeca Maciel (clique na imagem para ampliar).
O Arroio Grande sempre foi conservador, em tudo. A denominação das suas ruas é, também, um exemplo desse conservadorismo. Superadas as fases dos primeiros nomes das ruas da cidade - Rua Direita, Rua Nova, Rua da Igreja... - e dos militares da Guerra do Paraguay - Duque de Caxias, Andrade Neves, Almirante Delphin - não restou muito espaço para os combatentes da Revolução Farroupilha - Bento Gonçalves, David Canabarro, Garibaldi - e menos ainda para os revolucionários de 1893 e 1923, desde os seus líderes políticos - Silveira Martins (93), Assis Brasil (23) - até os seus chefes militares - Joca Tavares (93), Honório Lemes e Zeca Netto (23), solenemente ignorados por aqui.
A exceção, parcial, está em um filho da terra, Gumercindo Saraiva, que, não obstante esquecido pelos conservadores que dominaram o cenário político-adminitrativo local por Cem Anos (sic) - de 1892 até 1996 - (com as exceções dos irmãos Lauro e Ney Cavalheiro, eleitos Prefeitos pela oposição em 1963 e 1972, respectivamente), acabou por virar nome de rua, o que não é muito, mas já é alguma coisa.
Pois a Rua Gumercindo Saraiva, situada a uns 500 metros da principal artéria urbana do Arroio Grande (cruzamento da Dr. Monteiro com Visconde de Mauá), corta a cidade do Sul ao Norte, das proximidades do perau que leva às costas do arroio até à entrada da Vila Coca, por entre as ruas Souza Gusmão e Severo Feijó.
Na foto, aparece em primeiro plano a Ferragem Pinguim, o Armazém do Lino, histórico estabelecimento comercial do Arroio Grande.

Gumercindo Saraiva, batizado como nascido no Arroio Grande em 13 de janeiro de 1852 (na foto, com o seu "estado-maior"),- foi o principal comandante militar dos maragatos - federalistas, partidários de Silveira Martins - na luta contra os pica-paus - republicanos, partidários de Jíluo de Castilhos - na Revolução de 1893, a maior Guerra Civil que o Rio Grande vivenciou.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

HISTÓRIAS (X) - 10 DE AGOSTO (DE 1894)

"Eram seis horas da tarde, mais ou menos. Mantivemos por algum tempo aquela coxilha, que os dois comandos gerais queriam insistentemente ocupar para o combate do dia seguinte... Um prisioneiro maragato, na tarde de Carovi, foi quem matou a Gumercindo Saraiva. Do seguinte modo: Disputada havia três horas, a posição tinha de ficar em poder de um de nós. Vimos uma figura destacar-se à esquerda das forças contrárias. Não sabíamos quem era. Mas o nosso prisioneiro (um prisioneiro de Passo Fundo... que não fora vitimado), exclamou, comovido, reconhecendo Gumercindo à distância: - "O General!". Compreendi - Fogo de pontaria!, ordenei. - Pontaria!, repeti. Ouviram-se soltas rajadas de carabinas. Gumercindo caiu".
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Depoimento de Bento Porto sobre a morte de Gumercindo Saraiva recolhido pelo escritor Alcides Maya, no ano de 1912 - Em Maragatos e Pica-Paus, Guerra Civil e Degola no Rio Grande - Carlos Reverbel, L&PM, 1985, fl. 67.
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Esta é uma das inúmeras versões da morte general revolucionário Gumercindo Saraiva - registrado como nascido em Arroio Grande, em 13 de janeiro de 1852 - acontecida em 10 de agosto de 1894 em Carovi, lugar perto de Itaqui, próximo à fronteira argentina.
Neste 10 de agosto fazem, portanto, 115 anos da morte do caudilho maragato, de quem a história já muito falou e de quem ainda haverá muito o que contar, com toda a certeza.

sábado, 8 de agosto de 2009

NOTÍCIAS DAQUI (II)

Há 50 anos o Jornal “A Tribuna” de Arroio Grande noticiava o afastamento do seu Diretor-Geral Ney Cavalheiro, “visando concorrer à Chefia do Executivo comunal, no pleito de novembro vindouro”, permanecendo como principal Redator Pedro Jaime Bittencourt. Vejamos as notícias:

Jornal "A Tribuna", de 8 de agosto de 1959.

O jornal estampava na Capa duas fotografias “da catastrófica enchente de abril último, em Vila Olimpo, atual sede do novel Município de Pedro Osório”. Uma das fotos “com vista da Ponte sobre o Piratini, completamente arrasada pelas águas” e a outra fotografia mostrando “uma das tantas residências que sofreram o impacto dos elementos”.

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Na pág. 2, um épico do nosso jornalismo. Com o título de “Um esclarecimento ao Público” e como matéria paga, “A Tribuna” publicava o primeiro capítulo da famosa briga de Pitico com Venâncio, na versão deste último. Foram três capítulos, no estilo folhetim e respeitando a linguagem do narrador. Quem conhece a história – que envolve uma corrida de táxi, a compra de banha de porco, discussão, facada, atendimento médico, queixa na Delegacia e tudo mais – sabe que se trata de uma das mais preciosas peças da imprensa local. Inigualável, até hoje.
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Na pág. 3 um “A Pedido”, com o título de “Olha pra o Céu Benedito”, exaltava o nome de Ney Cavalheiro (para concorrer a Prefeito) e pedia aos eleitores comuns, aos pobres (os “Beneditos”) que levantassem a cabeça, em busca de um nome “...tu bem sabes quem é, pronuncia o seu nome com reverência e respeito, com gratidão, com amor; porque pronuncias o nome de um homem decente, de um homem de luta. Pronuncias o nome de Ney Cavalheiro, lembra, repete, guarda na tua grande esperança o nome de Ney Cavalheiro; e quando o disseres, cheio de fé, de amor, de esperança, OLHA PRÁ O CÉU, BENEDITO!!!”.
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A Seção “Pelo Turfe” – Carreiras, por W. N. Conceição, noticiava: “Grande Penca, realizada na pista reta da Sociedade Agrícola e Industrial local. Os ternos formaram com os seguintes: 1°) Réx, de P. Mello; Marabú, de B. Fernandes; Charqueador, de A. Machado – 2°) Troncho, de A. Vieira do Amarilho; Suêz, de A. Silveira – 3°) D. Negra, de M. Rodrigues; Maringá, de A. Brum. – Não enfrearam: Sputinik, de H. Ghan e Bugre, de I. Costa. – Foram finalistas Marabú, Troncho e Maringá, saindo vitorioso o primeiro, com a pequena vantagem de apenas meio pescoço sobre o segundo colocado”.
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Na contracapa, o jornal dava como notícia de “Última Hora”: Adiado o Clássico – anunciando que o primeiro Inter-Gran de 1959, marcado para o dia seguinte, não mais aconteceria ‘por falta de autorização da Federação Gaúcha de Futebol’. Segundo a reportagem de “A Tribuna”, as duas equipes já estavam até escaladas: E.C. ARROIO GRANDE: Ceceu; Abrigildo e José; Osíris, Chirú e Duarte (ou Agapito); Cavalo, Martim, Walter, Mandinho e Ary (ou Milionário). G.E. INTERNACIONAL: Mamud; Casinha e Jorge; Ruth, Delanir e Reny; Casca, Gita, Sérgio, Ari e Vinícius.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"A TRIBUNA"

Este é o time do Jornal “A Tribuna” de Arroio Grande, formado no distante ano de 1959.
Em pé, da esquerda para a direita:
Martinelli, Pedro Bittencourt, Abrigildo, Rocco, Antônio Laureiro, Alberto Carriconde (Goleiro) e Arcy.
Sentados:
Conceição, Mércio, Ney, Lulú e Lauro Cavalheiro.
Como se pode ver, eram advogados, empresários, políticos, autônomos, trabalhadores de todos os níveis que “brincavam” de jogar bola aos finais de semana, depois que o jornal era impresso, nos tempos ainda da linotipia.
No sábado, vou transcrever matérias do Jornal “A Tribuna” publicadas na edição de 8 de agosto de 1959, há exatos 50 anos, portanto.
É o “Notícias Daqui – Parte II”, a partir de sexta-feira aqui no blog e na pág. 3 do Jornal “A Evolução”.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

COLEGAS

Como sempre acontece quando a gente inventa de relembrar o passado (ainda mais em se tratando de 30 anos...), é normal acabar esquecendo de alguém; no caso, quando fiz referência aos colegas de Arroio Grande que encontrei quando cheguei à Faculdade de Direito em 1979 ("Começo do futuro" - abaixo), com os quais convivi até o ano da minha formatura em 1983, esqueci de no mínimo três: o Elói Pena (já falecido), o Sérgio Graciliano, hoje oficial de justiça na comarca e a Maria do Carmo Bretanha, colega advogada que chegou a atuar por aqui, mas que reside fora do estado já há mais de uma década.
Terei esquecido de mais alguém???

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O COMEÇO DO FUTURO

Esta foto-postal tem mais ou menos 30 anos.
Por esta mesma época - agosto de 1979 - eu e o Henry Goy Petry Jr - chegávamos de Bagé para cursar a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
Lá cruzaríamos com o Plínio Cavalheiro e o Jaifel (Didi) Freitas que já estavam praticamente se formando; lá seríamos colegas do Carlos Ricardo Souza e do Fúlvio Costa (Vico); lá encontraríamos o Álvaro Nílton, faríamos algumas matérias com o Arnóbio, com o Sérgio Canhada, com o Dé (que não continuou a Faculdade) e até com o Marco Aurélio "Camarão" que veio da Unisinos para concluir o curso no início da década de 80.
Desses colegas - todos com a infância passada e vivida no Arroio Grande - o Dr. Petry é hoje um bem sucedido Juiz de 2° Grau em Santa Catarina, o Camarão virou Prefeito do Herval (e por duas vezes), mas a maioria tornou-se advogado militante, sendo que por tal motivo nos encontramos quase todos constantemente pelos corredores do Forum, ou aqui mesmo na cidade ou em Pelotas ou pelos Tribunais da Capital, onde defendemos os interesses dos nossos constituintes.
Nessa recordação do "começo do futuro" a minha saudação e o meu apreço aos colegas de "antanho" da Faculdade do Direito, quase todos velhos companheiros de infância das ruas do Arroio Grande.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

NA PRAIA DO HERMENEGILDO...

Os fortes ventos do final de semana, primeiro vento Sul e depois vento Sudeste, aliados a chuvarada que se seguiu, castigaram a orla da Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, com a maré atingindo fortemente as casas à beira-mar, que resistem bravamente aos incessantes “ataques” do Mar Tenebroso, que é como os antigos chamavam o Atlântico numa época em que o oceano encontrava-se ainda praticamente inexplorado.
Mas o Hermena é também o Mar da Tranquilidade, por isso a calmaria deve se sobrepor logo às tempestades de inverno e em seguida deveremos ter a orla devolvida ao pouso dos pássaros e ao passeio dos visitantes e dos habitantes de um dos mais belos recantos naturais do extremo sul do Brasil.

sábado, 1 de agosto de 2009

MARCELA Y MESCALINA - MANDALA

Pessoal! A Marcela não disse para ninguém, mas está lá na Garagem do Faustão junto à Mescalina com a música Mandala, baseada num poema da Mar ilha flor.
Para quem não conhece as autoras, são essas duas moças aí da foto.
buscar Marcela y Mescalina e votar!!!
Votem, a nossa música Marcela e a nossa poeta Marília merecem, mesmo!!!