quarta-feira, 15 de julho de 2009

DOM

Não sei se faz parte do show da Marcela, não sei se chegou a virar música, mas entre as centenas de poemas da mais alta qualidade da Marília, me encanto sempre com o “Dom da Dor”, que quero dividir com os leitores do auto-retrato (me recuso, ainda, a utilizar a nova grafia: autorretrato), sem precisar pedir licença à autora (caiu na rede, é bom, é de todos, né Marília?).
Quem quiser conhecer mais da poesia da autora Mar-ilha-Flor basta visitar o blog salamancas supersônicas - http://insonycas.blogspot.com/ - tem link aqui na página.
Dom da dor
Não tenho nada
Marido,
bem ou plata
E também não tenho fome
Só tenho um vício
codinome arte
Que não me oferta
lá grande sorte
Mas
pelo menos
dele não me poupam
É só meu
Foi a dor quem me deu

2 comentários:

Dolores Ñandú disse...

Oi, Pedro!
Semana passada a Marcela me escreveu perguntando se eu achava muita loucura fazer um samba da poesia "Dom da dor". E eu, me apropriando da canção do Vinícius de Moraes, respondi que "pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza". Virou samba.

Abraço!

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Oi, Marília.
O "Dom da Dor" virou samba?
Incrível, né, fiquei curioso para escutar.
Eu curto tanto o poema que quero ouvi-lo de qualquer forma.
No meu "repertório" ele entra mais como 'tanguédia', aquela coisa meio argentina de dizer - FOI A DOR QUEM ME DEU!!! - carregando nas exclamações, se agachando, quase se ajoelhando no chão para valorizar a tristeza, o drama.
Mas quero muito ouvir o samba (e até cantar junto, baixinho é claro, para não desafinar) e o mais que compões, na voz da Marcela, que representa tão bem essa alegre arte que perseguimos.
Abraço!