A minha fixação pelas ruas vem das caminhadas, vem das leituras, vem da imaginação, vem das utopias...
As ruas me dizem tudo, rompem fronteiras e encaminham para o fantástico, para o sobrenatural, formando um desenho às vezes provinciano, às vezes universal.
A rua que percorri em Colônia do Sacramento – a Calle de los Suspiros -; a rua em que silenciei em Paris – a Rue D’Orchampt, que tem a calçada mais estreita do mundo-; a rua que imaginei estar em Aracataca, na Colômbia - a Macondo do 'Cem Anos de Solidão', obra prima de Garcia Márquez; as ruas de tomar sol no Bonfim, cantadas pelo Nei Lisboa; as ruas do Mário Quintana, no Mapa de Porto Alegre: “Olho o mapa da cidade, como quem examinasse a anatomia de um corpo... sinto uma dor infinita das ruas... onde jamais passarei”.
A minha fixação pelas ruas vem da paixão de viver cada lugar, cada rua que percorro (ou que imagino percorrer), por aqui, por ali, pelo mundo todo.
A minha rua preferida, porém, fica aqui mesmo no Arroio Grande. Entre a Basílio Conceição e a Dr. Dionísio, entre o início lá próximo ao Balneário da Ponte e o fim perto da Cooperativa; a antiga Gal. Delphim, a extinta Dr. Menandro - a Herculano de Freitas é a minha rua mais bonita.
Ali, na Herculano de Freitas, está uma dos trechos que compõe o casario mais interessante do Arroio Grande. Começa pela Igreja Matriz; depois, tomando o rumo leste, a partir da Praça Central, após percorrer a calçada da antiga Câmara de Vereadores, de frente para o Clube Instrução e Recreio; depois de passar pela Casa Gaúcha, do Vadi Salameni e a antiga Exatoria; depois de ultrapassar o Casarão dos Lisboa, diante do que foi o Restaurante Formigueiro; pois bem ali, no número 377, em frente à Chinininha, antes de chegar ao antigo Banco da Província, está a casa em que vivo hoje, dentro da minha rua mais bonita.
É uma casa antiga, de pé direito alto, com paredes dobradas, e o pátio que é um latifúndio. Por esse pátio, é possível escutar o assovio dos pássaros, o latir dos cachorros, é possível enxergar coqueiros, é possível vislumbrar o arroio; por esse pátio é possível espiar a cidade e o mundo, e as estrelas e a lua também.
A Casa e o pátio começam na Herculano de Freitas, atravessam todo o quarteirão e vão muito além da rua seguinte - a Basílio Conceição.
As ruas me dizem tudo, rompem fronteiras e encaminham para o fantástico, para o sobrenatural, formando um desenho às vezes provinciano, às vezes universal.
A rua que percorri em Colônia do Sacramento – a Calle de los Suspiros -; a rua em que silenciei em Paris – a Rue D’Orchampt, que tem a calçada mais estreita do mundo-; a rua que imaginei estar em Aracataca, na Colômbia - a Macondo do 'Cem Anos de Solidão', obra prima de Garcia Márquez; as ruas de tomar sol no Bonfim, cantadas pelo Nei Lisboa; as ruas do Mário Quintana, no Mapa de Porto Alegre: “Olho o mapa da cidade, como quem examinasse a anatomia de um corpo... sinto uma dor infinita das ruas... onde jamais passarei”.
A minha fixação pelas ruas vem da paixão de viver cada lugar, cada rua que percorro (ou que imagino percorrer), por aqui, por ali, pelo mundo todo.
A minha rua preferida, porém, fica aqui mesmo no Arroio Grande. Entre a Basílio Conceição e a Dr. Dionísio, entre o início lá próximo ao Balneário da Ponte e o fim perto da Cooperativa; a antiga Gal. Delphim, a extinta Dr. Menandro - a Herculano de Freitas é a minha rua mais bonita.
Ali, na Herculano de Freitas, está uma dos trechos que compõe o casario mais interessante do Arroio Grande. Começa pela Igreja Matriz; depois, tomando o rumo leste, a partir da Praça Central, após percorrer a calçada da antiga Câmara de Vereadores, de frente para o Clube Instrução e Recreio; depois de passar pela Casa Gaúcha, do Vadi Salameni e a antiga Exatoria; depois de ultrapassar o Casarão dos Lisboa, diante do que foi o Restaurante Formigueiro; pois bem ali, no número 377, em frente à Chinininha, antes de chegar ao antigo Banco da Província, está a casa em que vivo hoje, dentro da minha rua mais bonita.
É uma casa antiga, de pé direito alto, com paredes dobradas, e o pátio que é um latifúndio. Por esse pátio, é possível escutar o assovio dos pássaros, o latir dos cachorros, é possível enxergar coqueiros, é possível vislumbrar o arroio; por esse pátio é possível espiar a cidade e o mundo, e as estrelas e a lua também.
A Casa e o pátio começam na Herculano de Freitas, atravessam todo o quarteirão e vão muito além da rua seguinte - a Basílio Conceição.
Possuem um corredor que, além de mim, ninguém mais conhece e que me permite atravessar fronteiras e florestas, e mares e desertos, e conhecer lugares e pessoas – e entre elas escritores e músicos e pintores e poetas e bêbados e vagabundos... - e percorrer todas as outras ruas do mundo em segundos, e ir e voltar quando quiser.
Duvidam, não acreditam? Pois, se querem saber de verdade, agora, agorinha mesmo, está um frio danado cá em Lisboa...
Duvidam, não acreditam? Pois, se querem saber de verdade, agora, agorinha mesmo, está um frio danado cá em Lisboa...
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