terça-feira, 13 de outubro de 2009

HISTÓRIAS (XIII) - À MESA DO VILARIÑO

"Na mesa do Vilariño surgiu a nossa classificação dos bêbedos: sociais, são os colunáveis que saem nas fotos de jornais e revistas com o copo na mão; barulhentos, aqueles que se reúnem em grandes mesas e discutem sobre todos os assuntos; e, finalmente, o mais solitário e anônimo de todos: o bêbedo de estribo. Este entra em qualquer botequim, vai direto ao balcão, ordena uma pura com o trocado no ato da entrega, joga uns pingos pro santo, sorve a brasa e sai. No seu roteiro pode entrar uma infinidade de bares e botecos, mas a sua cara cheia só é vista pela mulher, quando ele chega em casa, depois de descer do último estribo..."

(Fernando Lobo - À MESA DO VILARIÑO - Ed. Record - 1991 - p. 15)



O Vilariño, ou Vilarino, é um Bar localizado bem no centro da cidade do Rio de Janeiro, inaugurado no início dos anos 1950, e que abrigou a fina flor do jornalismo, da intelectualidade e da boêmia carioca, restando registrado que foi lá que teve início à histórica parceria de Tom Jobim com Vinícius de Moares, em 1956, com a criação pela dupla de Orfeu da Conceição.

Pelo Vilariño circularam, com assiduidade, além dos citados Vinícius e Tom e de Fernando Lobo, também Paulo Mendes Campos, Antonio Maria, Dolores Duran, Aracy de Almeida, Elizete Cardoso, Lúcio Rangel, Mário Reis, Sérgio Porto; também Ari Barroso, Di Cavalcanti, Otto Lara Resende, e, mais raramente, Carlos Drummond de Andrade. No Vilariño estiveram, juntos, os poetas Pablo Neruda e Manuel Bandeira. O Bar permanece ainda hoje em atividade.

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