sexta-feira, 9 de outubro de 2009

RUAS DA CULTURA

A Rua do Artesanato, uma iniciativa lá da Secretaria da Cultura, chefiada pelo Donga, e que teve a sua 1ª edição no último domingo, bem que poderia ser o embrião de outras “Ruas”, retratando as diversas manifestações culturais da cidade.
Como a Rua dos Músicos, por exemplo. Imaginem, num domingo à tardinha, uma rua repleta de músicos: o Caboclo, o Cleiton, o Jones, o Julinho Salaberry, o Julinho do Tuíca, a Marcela, o Sandro Campelo, o Saninho, o Sidney e outros, todos eles mostrando a sua arte, tocando e cantando o que há de bom no Arroio Grande. Imaginem o Jelson Domingues com um piano, apresentando Piazzola, suavemente, em plena Praça Central. É difícil de acontecer? Pode até ser, mas a Rua do Artesanato não saiu? E por que não a Rua dos Músicos, a Rua das Canções, hein, por que não?
Ou a Rua da Dança, então, fácil de montar por aqui. Com a Verônica, a Letícia, a Manoela, a Lucélia, a Janaína, enfim todas as ‘Profas’ de dança, com as suas alunas bailando ritmos diversos – o hip hop, salsa, jazz, salão... -, no meio da rua, em cima dos paralelepípedos. E quem se animaria a dançar um Tango – “Por una Cabeza/Todas las locuras...” -, quem se arriscaria a marcar uns passos da dança porteña em pleno Centro da cidade, hein?
Rua da Dança, que espetáculo! Ao menos de vez em quando bem que a gente poderia ter uma edição dessa Rua por aqui.
Como a Rua da Poesia, também, por que não? Para as pessoas expressarem desde os poemas latinos – de Neruda, de Benedetti – os gauchescos – de Jayme Caetano Braun, do Silva Rillo – até a poesia local, representada pelos sonetos do Leonel Fagundes, ou pelos poemas do Pedro Bittencourt ou do Lauro Machado, e mesmo por aqueles versos que viraram música, como o Delírio, do Basílio Conceição.
Bom, no caso de acontecer mesmo essa Rua da Poesia, já aviso que vou me inscrever para dizer alguma coisa, quem sabe um canto do Martin Fierro, quem sabe o Dom da Dor, da Marília Kosby: - ...Só tenho um vício/codinome arte/Que não me oferta lá grande sorte/Mas, pelo menos, dele não me poupam/É só meu/Foi a dor quem me deu. – Que beleza, que maravilha que poderia ser essa Rua da Poesia! Para a gente ficar arrepiado e encher a alma, literalmente.
Poderiam ser criadas também a Rua da Pintura, a Rua do Desenho, a Rua da Fotografia; como se vê, arte é o que não falta por aqui, e nem artistas e nem arteiros para preencherem as ruas da cidade.
Como a Rua da Gastronomia, por exemplo – com direito a pastel, churrasquinho, bolinho de batata... -, ou a Rua do Trago, esta última que, certamente, traria alguma dificuldade para a sua instalação.
Porque aqui no Arroio Grande, amigo, pela clientela, pela freguesia, uma só Rua do Trago não iria bastar. Pelo volume de “artistas” que atuam no ramo, a gente ia precisar de pelo menos duas ou três Avenidas; no mínimo, companheirada, no mínimo.

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