sexta-feira, 2 de outubro de 2009

EXPRESSÕES






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O que o escritor brasileiro Millor Fernandes e o ex-jogador irlandês George Best têm em comum? Boas frases, amigo, boas frases...
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Eu gosto de frases de impacto, todo mundo gosta. Frases, por exemplo, como a do Tom Jobim, que utilizei para abrir uma crônica tempos atrás: “O problema do passar do tempo é que as mulheres estão cada dia mais bonitas e eu cada vez mais velho”. Maravilha, não é?! Inclusive na exaltação da mulher como instrumento de contemplação dos homens.
Aliás, como o tempo mental da maioria dos homens é gasto metade pensando em como ganhar dinheiro e a outra metade em como gastar esse dinheiro com mulheres e com outros “prazeres” (futebol não vale, estúpidos!), fui procurar na literatura “machista” algumas frases que realmente valem à pena. Ei-las.
Do ex-jogador do Manchester, o irlandês George Best, chamado na sua época de “o quinto Beatle”, um boêmio e frasista primoroso:
"Em 1969 cheguei a abandonar o álcool e as mulheres; foram os piores 20 minutos da minha vida".
Ou esta, do mesmo Best:
“Gastei metade do dinheiro que ganhei com mulheres, bebidas e automóveis; a outra metade eu desperdicei”;
Tem mais ou menos o mesmo sentido que aquela famosa frase do General Flores da Cunha que, perguntado sobre o fim da sua riqueza, respondeu:
“Perdi toda a minha fortuna em cavalos lerdos e mulheres ligeiras” -; o que levava os ouvintes à conclusão lógica: se ainda fosse o contrário...
Já Bernard Shaw dizia que:
“De todas as perversões sexuais a abstinência é a mais perigosa”.
Isso são frases, sacadas, não aqueles pensamentos tolos, aqueles provérbios de auto-ajuda que praticamente nunca se confirmam.
“Quem espera sempre alcança”; alcança o que? A aposentadoria, artrite, artrose? “Os últimos serão os primeiros”, pois nem na fila do INSS... “Eu acredito!” e outras bobagens do gênero.
Eu não gosto dessas simplorices, não gosto mesmo. Não gosto de conselhos, de ditados, de provérbios. Quem quiser que compre as soluções “prontas”, que entregue a vida às rezas dos pastores, eu não. Não gosto de nada disso.
Eu gosto mesmo é do criativo, da ousadia, da inventividade como forma de transformar o mundo. De frasezinhas de consolo, de lugares comuns, de discursos babacas a gente já está farto por aqui, de tão cansado de ouvir.
O que mais se ouve falar em Arroio Grande, aliás, é sobre humildade: – “Eu sou humilde”; “Sou uma pessoa simples”, gostam de dizer. Pois eu fico com o Millor Fernandes quando ele diz que “a humildade é uma espécie de orgulho que aposta no perdedor”.
E sobre essa coisa da gente mesmo se auto julgar, quem diz bem é o Luís Fernando Veríssimo: – “A gente não é o que diz que é ou o que pretende ser; a gente é o que faz. Ou deixa de fazer”. Boa, Veríssimo! Se bem que isso já nem é mais uma frase, mas uma análise de grupo.
Que faz a gente pensar e pode dar assunto para mais uma crônica. No mínimo.

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