sábado, 15 de outubro de 2011

"AO VIVO"

Com Verônica (e Dani), em Buenos Aires, esperando Madonna;


com Pedro Gabriel, no Monumental de Nuñez, esperando AC/DC ;


com Maria Eduarda, no Beira-Rio, esperando Justin Bieber.

O primeiro show de música que assisti “ao vivo” foi da cantora Gal Costa, em Porto Alegre, quando eu tinha apenas 14 anos de idade. Logo em seguida, veio o show da Rita Lee, em Pelotas, quando o ousado (para a época) “Esse tal de Roque Enrow” e a superlotação levaram a uma quebradeira geral do Teatro Guarany.
Depois, presenciei “ao vivo” shows dos maiores nomes da música brasileira, quase todos eles. Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Milton Nascimento, João Bosco e Roberto Carlos entre muitos outros. Dos “grandes”, só faltaram mesmo Vinícius de Moraes e Tom Jobim, ah, e o João Gilberto, sendo que este último ainda é possível, apesar dos preços proibitivos da apresentação que fará em novembro, em Porto Alegre.
Assisti também, sempre “ao vivo”, muitos compositores e intérpretes nacionais de primeira linha: Belchior, Luiz Melodia, Lulu Santos, Adriana Calcanhoto, Ivete Sangalo, Marina Lima, Geraldo Azevedo, e o falecido Taiguara (este em Pelotas e – quem diria! – em Herval), assim como três dos maiores nomes da música latino-americana – os argentinos Mercedes Sosa (em Santa Rosa) e Fito Paez (em Porto Alegre), e o uruguaio Daniel Viglieti (em Pelotas e Montevídeo).
Por aqui, pude presenciar “ao vivo” a maioria dos bons músicos gaúchos: Nei Lisboa, Bebeto Alves, Nelson Coelho de Castro, Jerônimo Jardim, Raul Elwanger, Gelson Oliveira, Renato Borghetti, Marcelo Caminha, Mauro Moraes, Vitor Ramil, Kleiton e Kledyr e os antigos “Almôndegas”, assim como assisti os duos uruguaios Labarnois e Carrero, e “Los Olimareños”, El Negro Rubem Rada e o argentino Antônio Tarragô Ross, entre outros sul-americanos que nos visitaram ao longo dos anos.
Esse meu gosto, digamos “eclético”, para a música, acabou por me fazer presente em shows que normalmente eu não iria, e, confesso, gostei de praticamente todos eles.
Há cinco anos, fui com a minha mulher Verônica a Buenos Aires assistir ao show da diva pop Madonna; depois, quando o meu filho Pedro Gabriel fez 15 anos fui com ele – também na capital Argentina – assistir a banda de rock australiana AC/DC, sendo que ambos os espetáculos foram extraordinários, fantásticos, arrebatadores.
Pois agora, nos 13 anos da minha filha Maria Eduarda, acabo de assistir em Porto Alegre ao show do Justin Bieber, no Estádio Beira-Rio. E também gostei, especialmente de ver a felicidade da minha filha, que pode presenciar “ao vivo” o garoto bonitinho do Canadá, num show que as adolescentes curtem como se fosse o último dia das suas vidas.
Tudo isso me levou a pensar, porém, se quem sabe já não está na hora de os meus filhos encaminharem sozinhos a sua trajetória de espectadores de grandes shows, para que o pai deles possa tranquilamente encerrar a sua.
É verdade. Trinta e cinco anos depois do primeiro espetáculo ao vivo penso que está na hora de descansar. Viagens, filas, disputa por espaço, não seduzem mais a quem já viu um pouco de tudo. Portanto, aviso: a partir de agora, de hoje, chega de shows “ao vivo”, anuncio que parei!
A não ser que o João Gilberto venha tocar aqui em Arroio Grande, de preferência no bar da minha própria casa, ou então que a loucura genial do Caboclo Damatta seja enfim reconhecida e ele venha a se apresentar, digamos, no Central Park, em Nova Yorque. Porque aí, podem ter certeza, eu arrumo novamente as malas e vou pedir pela primeira vez um visto aos americanos. I’m sorry, Tio Sam.

2 comentários:

Aldyr Rosenthal Schlee disse...

É cedo para a aposentadoria, Pedro! Quem sabe o Jorge Mautner volta a se apresentar no Tabajara, como no nosso tempo de faculdade? Será imperdível! Pensa bem...

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Ah, mas aí não conta, né Aldyr.
Jorge Mautner (e Nélson Jacobina), Jards Macalé, Tom Zé, Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos (a quem assisti no Recife), Elomar Figueira Melo (que tocou com o Basílio no nosso apto., na Cohabpel, antes de irmos para uma apresentação dele, quem diria, em Pedro Osório, promovida pelo Santana), Arrigo Barnabé e outros da mesma estirpe não valem; eu falei em abandonar as apresentações das expressões musicais terrestres, esses “intergalácticos” eu me proponho a acompanhar, sempre.
Abço.