quarta-feira, 26 de outubro de 2011

UMA VISITANTE ILUSTRE

A moça da foto aí de cima – de uma beleza estonteante, incomum – é a mesma senhora da foto lá de baixo – igualmente bela, de uma classe e elegância também incomuns – e que esteve em visita a Arroio Grande no último sábado (22/10).
Maria Tereza Goulart, a eterna “Primeira Dama”, foi, como mulher do ex-presidente João Goulart, um personagem único da República, verdadeiro símbolo de um tempo que deixou profundas marcas no Brasil e no povo brasileiro.
Praticamente vizinha de João Belchior Marques Goulart, em São Borja, RS, Maria Tereza Fontella começou a namorar o político Jango (vinte anos mais velho) muito cedo, quando ela tinha apenas 16 anos de idade.
Do rápido namoro ao casamento, Maria Tereza tornou-se, então, “concunhada” de Leonel Brizola, casado com Neusa Goulart (irmã de Jango) e governador do Rio Grande do Sul à época.
Em consequência, a mocinha Maria Tereza acompanhou todos os fatos marcantes da República no período, desde a eleição de Jango como Vice-Presidente em 1959 até a morte deste, na Argentina, em 1976.
Testemunhou a insegurança e o isolamento do marido no poder desde que ele assumiu como Presidente após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961; testemunhou o famoso comício da Central do Brasil, antes da derrubada de Jango, em março de 1964; testemunhou a triste animosidade que ficou entre os cunhados depois do golpe militar, quando, ambos exilados, deixaram de se falar; testemunhou a comoção que foi o enterro de Goulart, em São Borja, em 1976, quando a filha do casal, Denise, num gesto simbólico, jogou uma faixa onde se lia “Anistia” no caixão do pai, expondo para o país uma expressão proibida pelos militares golpistas que jogaram o Brasil nas trevas da ditadura; e testemunhou, por fim, a redemocratização do país que possibilitou inclusive o ingresso do seu filho João Vicente na política, como deputado federal, sem, entretanto, herdar, ainda que minimamente, o carisma do pai.
Agora, num gesto de grandeza e, ao mesmo tempo, de extrema simplicidade, a “mulher de Presidente mais bonita na história da República” – no dizer do jornalista Alberto Dines –, a moça que rivalizou com Jacqueline Kennedy como símbolo de beleza nos anos 1960, a eterna “primeira dama”, vem até o nosso pequeno município para receber mais uma homenagem, entre tantas que a família Goulart tem recebido pelo país durante esses anos todos.
E o governo trabalhista local, responsável pela vinda da ilustre visitante, tem mais um feito para se orgulhar, pois mostrou respeito reverencial à história trazendo até Arroio Grande não só a mais famosa primeira dama do país, mas uma cidadã que ainda mantém viva na memória a reminiscência de um tempo que os brasileiros esperam que nunca mais se repita.Maria Tereza Goulart recebe homenagem do Prefeito de Arroio Grande Jorge Cardozo (PDT)

2 comentários:

Ricardo Petrucci Souto disse...

O Alberto Dines que me perdoe, Juninho, mas a Jacqueline, apesar de Kennedy e Onassis, não dá nem pra largada com D. Maria Tereza

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Sem controvérsia, Petrucci, sem controvérsia; aliás, nem que a Jackie fosse grega, ou venezuelana, para comparar com a beleza e a integridade da Maria Tereza, que nem a bestialidade dos ditadores conseguiu diminuir.
Abço.