quarta-feira, 5 de outubro de 2011

PERSONAGENS DO ARROIO GRANDE - (V) - MAXIMIANO MUÑOZ

Nas fotos: Maximiano com os filhos: Palmira, Eduardo e Guilherme (acima)...
com a mulher, Elza Muñoz (ao centro), e recebendo a faixa de Campeão, pelo G. E. Internacional, de Galego, técnico do G. E. Brasil (abaixo).

Nascido em Pelotas no dia 18/08/1933, filho de João Thomaz Muñoz e de Palmira Baptista Muñoz, Maximiano Muñoz foi um grande personagem do Arroio Grande, cidade onde se dedicou à agropecuária, ao esporte e também a política, mesmo sem jamais ter ocupado qualquer cargo público.
Casado com a pelotense Elza Kruger Muñoz, com quem teve os filhos Guilherme, Palmira, Eduardo (Dado) e Maximiano Filho, Maximiano teve ainda outros filhos que não do seu casamento, sempre exaltando a satisfação que tinha em sentar ao lado da criançada para rememorar "causos" e contar histórias.
O “Gordo”, como também era conhecido, dedicava-se especialmente a ovinocultura, setor onde nas décadas de 1960 e 1970 obteve o maior índice de natalidade em rebanhos ovinos da região, sendo este o seu grande orgulho como pecuarista.
Já na agricultura, foi plantador de milho, soja e arroz, sendo que nesta cultura teve o grande prejuízo de sua vida profissional, com a perda de uma lavoura de 800 quadras de arroz inundadas pela Lagoa Mirima, em Santa Vitória do Palmar, na grande cheia que vitimou as terras daquele município, no ano de 1962.
Na política, Maximiano sempre esteve próximo à esquerda local, apoiando os partidos que davam sustentação ao trabalhismo em Arroio Grande, notadamente ao PTB, de Jango e Brizola.
No esporte, Maximiano destacou-se como Presidente do Grêmio Esportivo Internacional (1960/1961 – 1963/1964), sendo protagonista da maior conquista da história do Clube – Campeão Estadual de Amadores (temporada de 1963, encerrada em 1964) – quando os Caturritas sagraram-se campeões depois de vencerem o Grêmio Lourenciano após longa disputa de pênaltis, em jogo épico disputado em campo neutro, no Estádio Bento Freitas, na cidade de Pelotas.
Ainda que extremamente devotado ao Internacional local, Maximiano tinha como grande paixão no futebol exatamente o Brasil de Pelotas, Clube pelo qual foi sócio e dirigente, e onde foi buscar o jogador Naiter, que se tornaria, mais tarde, grande ídolo Caturrita e símbolo da conquista de 1963/1964.
É célebre a passagem do Clube pelotense por Arroio Grande, exatamente para colocar as faixas no G. E. Internacional, estando o Gordo Maximiano a torcer ora por um, ora por outro time, pois, embora dirigente do Caturrita, não conseguia deixar de torcer pelo seu Xavante de coração.
Maximiano Muñoz faleceu precocemente em 1980, com apenas 46 anos de idade, deixando muitas histórias e grande admiração entre os que o conheceram em Arroio Grande e na região.
O autor desta página recorda, desde criança, da amizade de seu pai – Pedro Jaime Bittencourt – com Maximiano, e das viagens que faziam nas “caminhonetas” do Gordo para a Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, num clima de descontração e camaradagem, comum apenas a grandes e verdadeiros amigos.
Por tudo que representou – na agricultura, na pecuária, na política, no esporte e na própria vida social e profissional -, Maximiano Muñoz foi inegavelmente um grande personagem do Arroio Grande; inesquecível.

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