domingo, 6 de dezembro de 2009

FATALIDADE

O envolvimento com as "arteirices" da semana passada - a Feira do Livro, que acabou adiada, a Mostra de Dança da Academia, a vinda do Aldyr Schlee... - tudo acabou contribuindo para que o autor do blog esquecesse de transcrever uns versos mandados publicar na imprensa local – Jornal “A Evolução” de 28/11/1949, há exatos 60 anos – por Wilson Garcia Feijó, em homenagem à morte, ocorrida no dia anterior, de Salvador Soares, figura extremamente conhecida e, ao que se sabe, muito querida da comunidade.
Wilson Feijó, ao tempo em que reivindicava, também profetizava, já que o amigo acabaria mesmo virando nome de rua no Arroio Grande, estando a Rua Salvador Soares situada na Zona Norte da cidade, entre a Leonel Fagundes e a Joaquim Manoel Soares.
Fica a dívida do blogueiro de um dia escrever também sobre a rua; por enquanto, seguem os versos (em cima, o original, de 1949; abaixo, a transcrição literal dos mesmos) do Wilson para o amigo Salvador, cuja morte acaba de completar 60 anos.
FATALIDADE

Em homenagem a memória
do meu saudoso amigo
Dr. Salvador Nunes Soares

Vinte e sete de novembro
Foi um dia bem fatal,
Vi minha terra sofrendo
Um golpe rude... mortal,
Por perder entre seus filhos
Um de valor sem igual!

Um moço cheio de vida,
De extraordinária cultura;
Uma alma esclarecida,
Feita de amor e candura
Era toda a esperança,
De nossa vida futura!

Foi sempre um grande amigo
Do homem trabalhador
Onde houvesse uma oficina
Sempre estava o Salvador,
Embora nunca deixasse
De ser um juiz a rigor!...

Nesses versos que hoje escrevo
Rogo ao nosso Criador
Que dê a paz que merece
A quem foi um benfeitor;
Que tenha um reino na Glória
Junto dos pés do Senhor!

E minha terra que, sempre,
Aos seus filhos deu valor,
Deve hoje homenagear
Quem teve tanto esplendor,
E dar a uma das ruas
O nome do Salvador!...

A. Grande 28/11/49
Wilson Garcia Feijó

Salvador Soares é o primeiro à esquerda, de óculos; na outra ponta da foto Aimone Soares Carriconde - fotografia de 1930.

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