Já nasceu morta a Proposta de Emenda Constitucional do Deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), que previa a possibilidade de duas reeleições para o Presidente Lula e também para os atuais Governadores e Prefeitos. Pressionados pelos seus partidos (o PT inclusive), alguns Deputados retiraram as assinaturas, ficando a proposta com número insuficiente para prosseguimento. A PEC agora deverá ser arquivada, felizmente.
Embora a proposta do terceiro mandato possa até vir a ser considerada democrática – no caso, previa um referendo, para que a população decidisse -, verdade é que o Brasil tem que parar de vez com essas coisas de querer mudar toda hora as regras do jogo, como fizeram anteriormente Sarney e Fernando Henrique, e como se espera não venha acontecer com Lula. Se o País vive realmente o amadurecimento democrático, deixemos as coisas como estão na ótima Constituição de 88, com o que já estará bom demais.
Se o legado do Governo Lula for realmente bom, o País continuará igualmente bem, independente de quem venha a ser o seu sucessor, seja ele Dilma ou Serra, ou qualquer outro. É isso o que realmente importa, e não o personalismo da “tri-eleição”, primeiro passo para a reeleição indefinida e para o totalitarismo. Ninguém pode esquecer que o terceiro mandato valeria também para os Estados e os Municípios, com o que dá para imaginar o “estrago” que pode ser um mesmo Prefeito (acompanhado do mesmo grupo político) por doze anos, depois o seu vice por mais outros tantos, e por aí vai. Isso não lembra uma certa prática que a gente tanto combatia nas décadas passadas?
Sempre que acontece essa coisa de travestir “golpes” em nome da democracia, me socorro da literatura de Eduardo Galeano, na sua obra “De pernas pro ar – A Escola do Mundo ao avesso”, onde o escritor uruguaio revela alguns truques (de linguagem) que visam dar outra roupagem ao que de pior existe por aí. É dele o texto que segue:
“(Hoje) o capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado; o imperialismo se chama globalização; as vítimas do imperialismo se chamam de países em desenvolvimento; o oportunismo se chama pragmatismo; a expulsão de meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de evasão escolar; o direito do patrão de despedir o trabalhador sem explicação se chama flexibilização do mercado de trabalho; os direitos das mulheres são direitos das minorias, como se a outra metade da humanidade fosse a maioria; o saque de fundos pelos políticos corruptos atende pelo nome de enriquecimento ilícito; chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis; bombas não são bombas, mas artefatos que explodem; um grupo paramilitar assassino da Colômbia chamava-se Conviver, outro de Chiapas, México, chamava-se Paz e Justiça; Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia...”.
É por isso que não dá para imaginar a Democracia travestida de nada que não seja verdadeiramente democrático. E a “tri-eleição” não parece ser, definitivamente.
Embora a proposta do terceiro mandato possa até vir a ser considerada democrática – no caso, previa um referendo, para que a população decidisse -, verdade é que o Brasil tem que parar de vez com essas coisas de querer mudar toda hora as regras do jogo, como fizeram anteriormente Sarney e Fernando Henrique, e como se espera não venha acontecer com Lula. Se o País vive realmente o amadurecimento democrático, deixemos as coisas como estão na ótima Constituição de 88, com o que já estará bom demais.
Se o legado do Governo Lula for realmente bom, o País continuará igualmente bem, independente de quem venha a ser o seu sucessor, seja ele Dilma ou Serra, ou qualquer outro. É isso o que realmente importa, e não o personalismo da “tri-eleição”, primeiro passo para a reeleição indefinida e para o totalitarismo. Ninguém pode esquecer que o terceiro mandato valeria também para os Estados e os Municípios, com o que dá para imaginar o “estrago” que pode ser um mesmo Prefeito (acompanhado do mesmo grupo político) por doze anos, depois o seu vice por mais outros tantos, e por aí vai. Isso não lembra uma certa prática que a gente tanto combatia nas décadas passadas?
Sempre que acontece essa coisa de travestir “golpes” em nome da democracia, me socorro da literatura de Eduardo Galeano, na sua obra “De pernas pro ar – A Escola do Mundo ao avesso”, onde o escritor uruguaio revela alguns truques (de linguagem) que visam dar outra roupagem ao que de pior existe por aí. É dele o texto que segue:
“(Hoje) o capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado; o imperialismo se chama globalização; as vítimas do imperialismo se chamam de países em desenvolvimento; o oportunismo se chama pragmatismo; a expulsão de meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de evasão escolar; o direito do patrão de despedir o trabalhador sem explicação se chama flexibilização do mercado de trabalho; os direitos das mulheres são direitos das minorias, como se a outra metade da humanidade fosse a maioria; o saque de fundos pelos políticos corruptos atende pelo nome de enriquecimento ilícito; chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis; bombas não são bombas, mas artefatos que explodem; um grupo paramilitar assassino da Colômbia chamava-se Conviver, outro de Chiapas, México, chamava-se Paz e Justiça; Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia...”.
É por isso que não dá para imaginar a Democracia travestida de nada que não seja verdadeiramente democrático. E a “tri-eleição” não parece ser, definitivamente.
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