Guardadas as devidas proporções, todo lugar tem o seu Diogo Mainardi, que é o cara que se promove falando mal de (quase) tudo, tem também aquele outro que se promove puxando o saco de (quase) todos, tem a sua Gisele Bunchen, a menina que desfila bonito pelas ruas da cidade, tem o seu Ronaldinho Gaúcho, o guri pobre que se apresenta desde muito cedo como promessa no futebol; cada lugar possui, enfim, todos os tipos que se sobressaem num universo maior, guardadas, como se disse, as necessárias proporções entre essas personalidades e os seus “genéricos”, paridos e vividos nas pequenas paróquias.
O problema é que, de tanto verem exaltadas tais “semelhanças”, normalmente aqueles que se “parecem” com os personagens principais, acabam, por exacerbada vaidade, pensando que realmente são o Diogo Mainardi, ou o Ronaldinho Gaúcho, ou a Gisele Bunchen, e etcetera, etcetera.
Please, please. Nós vivemos, como já diziam Os Engenheiros do Hawai, “longe demais das capitais”, e as nossas pretensões e manias de grandeza esbarram também nas nossas limitações, nas nossas dificuldades, na nossa própria pobreza.
A ninguém é proibido sonhar – em ter reconhecimento, crescer, ser “algo mais” – mas não se pode confundir sonhos com fantasias, desejos com ilusões, e não é porque temos a internet ao alcance das mãos que chegamos ao topo do mundo, e que logo logo estaremos em Nova York, que, pelo google earth, fica bem ali, numa leve guinada do mouse à direita...
Menos, menos. Pra começar, a nossa “comparação” (se é que isso deve servir como motivação), bem que pode ser buscada na própria aldeia, e, muitas vezes, já se revelará de difícil alcance, pelo próprio brilho dos nossos melhores exemplos.
Os guris que correm atrás da bola, por exemplo, que pensem primeiro no futebol que o Ósca e o Marrequinho jogavam, e descubram inclusive o que não devem fazer do que eles fizeram pra ter um futuro melhor no esporte...
Da mesma forma, as gurias bonitas da cidade vão precisar de muita inspiração e ginástica pra chegar próximas à graça e o encanto da Manu - esplendorosa no último carnaval - ou à beleza exuberante da Valéria, a eterna garota verão, o que, convenhamos, já é de arrebatar qualquer um.
Ah, e tanto os que vivem de falar mal como os que não cansam de puxar o saco dos outros, bem que poderiam buscar uma postura mais honesta, assim como todos nós deveríamos ser menos exibicionistas e mais generosos, produzindo notícia, arte, literatura... para o bem de todos e nunca para o mal de alguns na cidade.
Eu, por exemplo, já sonhei um dia em ter o texto de um David Coimbra ou, quem diria, de uma Martha Medeiros.
Hoje, consciente das minhas limitações, luto com dificuldades para ser ao menos original a cada semana. Me esmero para - sem qualquer inveja - tentar me aproximar nem que seja só um pouquinho da escrita perfeita do Arnóbio, ou para estar próximo à criatividade incessante do Caboclo, pelo que, confesso: se chegar minimamente perto deles já estará bom demais...
O problema é que, de tanto verem exaltadas tais “semelhanças”, normalmente aqueles que se “parecem” com os personagens principais, acabam, por exacerbada vaidade, pensando que realmente são o Diogo Mainardi, ou o Ronaldinho Gaúcho, ou a Gisele Bunchen, e etcetera, etcetera.
Please, please. Nós vivemos, como já diziam Os Engenheiros do Hawai, “longe demais das capitais”, e as nossas pretensões e manias de grandeza esbarram também nas nossas limitações, nas nossas dificuldades, na nossa própria pobreza.
A ninguém é proibido sonhar – em ter reconhecimento, crescer, ser “algo mais” – mas não se pode confundir sonhos com fantasias, desejos com ilusões, e não é porque temos a internet ao alcance das mãos que chegamos ao topo do mundo, e que logo logo estaremos em Nova York, que, pelo google earth, fica bem ali, numa leve guinada do mouse à direita...
Menos, menos. Pra começar, a nossa “comparação” (se é que isso deve servir como motivação), bem que pode ser buscada na própria aldeia, e, muitas vezes, já se revelará de difícil alcance, pelo próprio brilho dos nossos melhores exemplos.
Os guris que correm atrás da bola, por exemplo, que pensem primeiro no futebol que o Ósca e o Marrequinho jogavam, e descubram inclusive o que não devem fazer do que eles fizeram pra ter um futuro melhor no esporte...
Da mesma forma, as gurias bonitas da cidade vão precisar de muita inspiração e ginástica pra chegar próximas à graça e o encanto da Manu - esplendorosa no último carnaval - ou à beleza exuberante da Valéria, a eterna garota verão, o que, convenhamos, já é de arrebatar qualquer um.
Ah, e tanto os que vivem de falar mal como os que não cansam de puxar o saco dos outros, bem que poderiam buscar uma postura mais honesta, assim como todos nós deveríamos ser menos exibicionistas e mais generosos, produzindo notícia, arte, literatura... para o bem de todos e nunca para o mal de alguns na cidade.
Eu, por exemplo, já sonhei um dia em ter o texto de um David Coimbra ou, quem diria, de uma Martha Medeiros.
Hoje, consciente das minhas limitações, luto com dificuldades para ser ao menos original a cada semana. Me esmero para - sem qualquer inveja - tentar me aproximar nem que seja só um pouquinho da escrita perfeita do Arnóbio, ou para estar próximo à criatividade incessante do Caboclo, pelo que, confesso: se chegar minimamente perto deles já estará bom demais...