A maior reclamação dos meus leitores não está exatamente no conteúdo das crônicas, mas no seu tamanho. A maioria considera os textos extensos demais, escancarando o que já se sabe: todo mundo gosta de ler, mas ninguém gosta de ler textos longos. É compreensível. Para que ler uma matéria inteira, um artigo, uma crônica, se a capa do provedor na internet dá a notícia ali, na hora, pequenininha, resumida, enxuta?
Por isso é que ninguém mais quer ler, e, aliás, ninguém quer mais conversar sobre nada. As conversas, especialmente entre os homens, se resumem hoje quase que só ao futebol. Nem de mulher se fala mais. Tenho saudade do tempo em que a gente ia para os bares falar do caminhar, do sorriso, do trejeito, do corpo e das formas... das mulheres, naturalmente.
Hoje, não se fala mais nada disso, é só internet (é boa aquela piada que diz que a geração atual trocou a trilogia sexo-drogas-rockanroll por masturbação-ice-restart). Tudo vem da net e a net deve retornar. Não se fala em outra coisa que não esteja na web – no youtube, no twitter, no facebook –; é o mundo virtual ditando o comportamento do mundo real.
Para não dizer que não se fala sobre mais nada, às vezes ainda é possível escutar alguma coisa sobre política, sobre o preço do arroz, a previsão do tempo, e, depois, futebol, futebol e futebol. As conversas sobre futebol estão na televisão, nos bares, nas ruas, em todo o lugar, enquanto que falar de mulher – vejam só! – se tornou desinteressante.
As mulheres, pelo contrário, continuam falando de homem e ainda contam com a ajuda da internet para isso. E falam para o bem e para a mal. Aliás, do jeito que a gente ajuda mais para o mal. Falam de tudo um pouco: do trabalho delas (é raro, hoje, mulher que não trabalha), de política, de estética, mas continuam falando dos homens, o que é importante para não desaparecermos. Já a última vez que ouvi uma roda de homens falando de algo que não fosse futebol foi sobre o casamento gay, e a maioria se posicionou contra, para logo seguir falando... sobre futebol. Eu não tenho nada contra – nem contra o casamento gay, nem contra o futebol –, mas preferia trocar de assunto, e falar um pouco de literatura, de música, ou quem sabe voltar a falar sobre as formas das mulheres.
Como não tenho muito com quem falar é que escrevo – sobre música, sobre literatura, sobre história, sobre tudo. Entretanto, para não chatear mais os leitores, prometo que futuramente – ano novo, velhas promessas... – vou tentar escrever mais curto.
A não ser que a gente volte a falar das formas das mulheres, porque aí, amigo, do jeito como elas costumam aparecer nesta época do ano, dá para preencher páginas e páginas sobre a matéria, e, se bobear, com direito a fotografia e tudo. Pode ser que assim os marmanjos sepultem de vez o assunto “futebol”, pelo menos até a Copa de 2014, ou, vá lá, até o início do Brasileirão 2012, em abril. Uma folga dessas já estaria boa demais.
Por isso é que ninguém mais quer ler, e, aliás, ninguém quer mais conversar sobre nada. As conversas, especialmente entre os homens, se resumem hoje quase que só ao futebol. Nem de mulher se fala mais. Tenho saudade do tempo em que a gente ia para os bares falar do caminhar, do sorriso, do trejeito, do corpo e das formas... das mulheres, naturalmente.
Hoje, não se fala mais nada disso, é só internet (é boa aquela piada que diz que a geração atual trocou a trilogia sexo-drogas-rockanroll por masturbação-ice-restart). Tudo vem da net e a net deve retornar. Não se fala em outra coisa que não esteja na web – no youtube, no twitter, no facebook –; é o mundo virtual ditando o comportamento do mundo real.
Para não dizer que não se fala sobre mais nada, às vezes ainda é possível escutar alguma coisa sobre política, sobre o preço do arroz, a previsão do tempo, e, depois, futebol, futebol e futebol. As conversas sobre futebol estão na televisão, nos bares, nas ruas, em todo o lugar, enquanto que falar de mulher – vejam só! – se tornou desinteressante.
As mulheres, pelo contrário, continuam falando de homem e ainda contam com a ajuda da internet para isso. E falam para o bem e para a mal. Aliás, do jeito que a gente ajuda mais para o mal. Falam de tudo um pouco: do trabalho delas (é raro, hoje, mulher que não trabalha), de política, de estética, mas continuam falando dos homens, o que é importante para não desaparecermos. Já a última vez que ouvi uma roda de homens falando de algo que não fosse futebol foi sobre o casamento gay, e a maioria se posicionou contra, para logo seguir falando... sobre futebol. Eu não tenho nada contra – nem contra o casamento gay, nem contra o futebol –, mas preferia trocar de assunto, e falar um pouco de literatura, de música, ou quem sabe voltar a falar sobre as formas das mulheres.
Como não tenho muito com quem falar é que escrevo – sobre música, sobre literatura, sobre história, sobre tudo. Entretanto, para não chatear mais os leitores, prometo que futuramente – ano novo, velhas promessas... – vou tentar escrever mais curto.
A não ser que a gente volte a falar das formas das mulheres, porque aí, amigo, do jeito como elas costumam aparecer nesta época do ano, dá para preencher páginas e páginas sobre a matéria, e, se bobear, com direito a fotografia e tudo. Pode ser que assim os marmanjos sepultem de vez o assunto “futebol”, pelo menos até a Copa de 2014, ou, vá lá, até o início do Brasileirão 2012, em abril. Uma folga dessas já estaria boa demais.
2 comentários:
Ao ler teu post, lembrei-me de uma justificativa do Padre Vieira para o tamanho da carta que enviava a uma autoridade: "Sou longo porque não tive tempo para ser breve". Realmente é difícil escrever tudo o que se quer em poucas linhas.
Concordo contigo em tudo o que escreveste. Abrs
Bem-vindo ao blog, jornalista.
Na verdade, essa "promessa" de encurtar as crônicas é mais direcionada aos meus leiotres de jornal aqui de Arroio Grande (Jornal "A Evolução", semanário para o qual escrevo na pg. 03), que reclamam da extensão dos textos, exatamente como consta do post.
Já a net nos permite um pouco mais (?), e podemos "ser longos quando não conseguimos ser breves", conforme a referência que fizeste do Padre Vieira.
Acabei de visitar a tua página, grande abraço e vamos ver se permanecemos em contato.
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