Neste último dia 7 de setembro eu pude voltar à infância, ainda que por alguns instantes. Foi nos festejos da Semana da Pátria quando, atendendo convite de Direção da Escola Dionísio de Magalhães, eu desfilei orgulhoso pela Dr. Monteiro ao lado dos professores e alunos do meu primeiro colégio no ano do seu cinquentenário.
Dionísio, a Escola da minha infância. Dos meus primeiros passos, as primeiras leituras, as minhas primeiras amizades. A escolinha pobre que eu e a minha irmã Nazine escolhemos pela pintura nova à época; uma ideia do meu pai que nos apresentou todos os colégios da cidade para que nós mesmos – na “autoridade” dos nossos seis, sete anos – pudéssemos eleger livremente onde queríamos estudar.
E escolhemos o Dionísio, e eu fui muito feliz lá.
Lá, eu conheci a simplicidade, e as dificuldades e limitações de uma pequena e nova Escola (o Dionísio tinha apenas cinco anos quando fui estudar lá), mas conheci também a dedicação e o esforço de toda uma comunidade para fazer dessa Escola um lugar digno para se conviver, principalmente para nós, alunos, que verdadeiramente amávamos o Dionísio.
Lá, eu conheci o trabalho das irmãs Aida e Alba, abnegadas, lutadoras, incansáveis a frente de todas as atividades da Escola. Lá, eu tive na Prof.ª Francisca uma diretora devotada e justa, e na Marlise Esteves a minha primeira professora, com um trabalho sério, correto, e uma dedicação desmedida a ponto de sofrer junto com os alunos que não conseguiam os melhores resultados.
Lá, eu conheci a Banda do colégio, ensaiada, ritmada, impecável, assim como impecáveis sempre foram os uniformes da Escola. No Dionísio, eu aprendi a dividir a merenda escolar, que era escassa, controlada, mas honesta, e repartida de forma solidária e fraterna entre os “filhos do Dr. Dionísio” que éramos todos nós.
Lá, eu fiz amigos para a vida toda, como a Clair, a Élida, a Roselaine, a Vera Lúcia, que vão ficar para sempre como boas lembranças entre as colegas do meu primeiro colégio. Assim como os guris do futebol, o Lita, o Leite, o Chorão, o Leivinha, e a turma dos “cientistas malucos” – o Rolnei, o Gustavo Pereira, o Zé Thomas –, símbolos de uma época em que a gente se divertia só de inventar os próprios brinquedos da gente.
Ah, Dionísio, Escola do meu coração. Como me fizeste feliz durante os meus primeiros anos de colégio, e como me fizeste feliz também agora, desfilando ao lado dos velhos alunos e dos teus novos estudantes e professores, que permanecem honrando a tradição de uma Escola que, para mim, continua sendo a mais simpática, a mais bonita, a mais perfeita, sem comparação com qualquer outra.
Por isso é que, neste dia 7 de setembro, apesar do mau jeito, apesar da idade, apesar do tempo que passou, eu não desfilei, eu não marchei, eu sequer caminhei pela Dr. Monteiro. Como um menino de seis, sete anos de idade, eu voltei à infância e sonhei, simplesmente.
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