O pobre do Andrade Neves jamais poderia imaginar que depois de lutar feito um louco na Revolução Farroupilha e na Guerra do Paraguai, viria a perambular como um errante pelas ruas do Arroio Grande, lugar onde, imagina-se, nem por perto passou.
Mas a trajetória do General por aqui teve início quando inventaram de dar o seu nome a uma das principais ruas da cidade, a antiga D. Pedro I, que, ao final do Século retrasado, já formava com a Dr. Monteiro a junção de quadras mais movimentada do Arroio Grande.
E tudo ia bem com o velho Andrade Neves, que ficou por ali, sonhando em fazer parte um dia da “esquina da sinaleira”, até que, em 1926, a municipalidade resolveu despejá-lo, para repassar o nome da rua àquele que é considerado o filho mais ilustre desta terra - Irineu Evangelista de Souza. Com isso, a Rua Andrade Neves, antiga Dom Pedro I, viria a se tornar a Avenida Visconde de Mauá, a atual porta de entrada do Arroio Grande.
O Andrade Neves, então, passou a emprestar o nome à segunda rua ao leste da Praça Central, a antiga Gal. Barroso, até que, em 1956, viria a ser novamente desalojado, agora para ceder o nome da rua – onde ficava o telégrafo - para o Júlio de Castilhos. O Júlio, por sua vez, também vinha de um despejo, já que estava cedendo o seu lugar na antiga Rua Paissandu ao médico Dionísio de Magalhães, falecido naquele ano.
Aí, o Andrade Neves, já cansado de peregrinar pelo centro da cidade, foi levado lá para o lado do Campo do Internacional de onde se espicha até a Vila Coca, apurando os ouvidos para acompanhar os comícios políticos desde a esquina da Sirlei, a mais democrática da cidade. Mas assiste a tudo bem quietinho, louco de medo que venham a mexer com ele novamente, já meio desacorçoado com tanta mudança.
Pior que ele só o tal de Gal. Delphin, outro conhecido da Guerra do Paraguai. Esse, coitado, andou cedo pela Herculano de Freitas, circulou pela futura Osmar Machado, passou até pela Gumercindo Saraiva, já com o título de Almirante, até ser corrido daqui, definitivamente.
Os Generais, aliás, não tiveram vida fácil na cidade. O Osório, por exemplo, depois de anos à direita do Júlio de Castilhos, achou que estava com tudo, ali, meio central, mas bastou o Prefeito Osmar Machado morrer, em 1971, e, pronto, passaram o velho Osório mais para o Norte, onde hoje convive tranquilamente desde a Av. Nossa Senhora da Graça até o começo da Vila Vidal.
Mas, tudo bem, o Mal. Floriano também teve que ser deslocado para ceder o nome da Rua a outro filho da terra – o Ministro Herculano de Freitas -, assim como aconteceu com o Patrono do Exército Brasileiro que, depois de anos assistindo de camarote as Boates do Guarani, teve que abrir mão do seu posto para o Basílio Conceição. Quem diria, hein, logo o “Diabo” do Basílio é que viria a “desmilitarizar” a sisuda Rua Duque de Caxias; parece até uma vingança dos “gauchinhos” contra o Império, cento e cinqüenta anos depois.
Ruas, ruas. Como disse certa vez Mário Quintana, virar nome de rua é ter a certeza de que, mesmo depois de morto, vão continuar passando por cima da gente.
E, no caso do Arroio Grande, num troca-troca que parece não ter fim.
Mas a trajetória do General por aqui teve início quando inventaram de dar o seu nome a uma das principais ruas da cidade, a antiga D. Pedro I, que, ao final do Século retrasado, já formava com a Dr. Monteiro a junção de quadras mais movimentada do Arroio Grande.
E tudo ia bem com o velho Andrade Neves, que ficou por ali, sonhando em fazer parte um dia da “esquina da sinaleira”, até que, em 1926, a municipalidade resolveu despejá-lo, para repassar o nome da rua àquele que é considerado o filho mais ilustre desta terra - Irineu Evangelista de Souza. Com isso, a Rua Andrade Neves, antiga Dom Pedro I, viria a se tornar a Avenida Visconde de Mauá, a atual porta de entrada do Arroio Grande.
O Andrade Neves, então, passou a emprestar o nome à segunda rua ao leste da Praça Central, a antiga Gal. Barroso, até que, em 1956, viria a ser novamente desalojado, agora para ceder o nome da rua – onde ficava o telégrafo - para o Júlio de Castilhos. O Júlio, por sua vez, também vinha de um despejo, já que estava cedendo o seu lugar na antiga Rua Paissandu ao médico Dionísio de Magalhães, falecido naquele ano.
Aí, o Andrade Neves, já cansado de peregrinar pelo centro da cidade, foi levado lá para o lado do Campo do Internacional de onde se espicha até a Vila Coca, apurando os ouvidos para acompanhar os comícios políticos desde a esquina da Sirlei, a mais democrática da cidade. Mas assiste a tudo bem quietinho, louco de medo que venham a mexer com ele novamente, já meio desacorçoado com tanta mudança.
Pior que ele só o tal de Gal. Delphin, outro conhecido da Guerra do Paraguai. Esse, coitado, andou cedo pela Herculano de Freitas, circulou pela futura Osmar Machado, passou até pela Gumercindo Saraiva, já com o título de Almirante, até ser corrido daqui, definitivamente.
Os Generais, aliás, não tiveram vida fácil na cidade. O Osório, por exemplo, depois de anos à direita do Júlio de Castilhos, achou que estava com tudo, ali, meio central, mas bastou o Prefeito Osmar Machado morrer, em 1971, e, pronto, passaram o velho Osório mais para o Norte, onde hoje convive tranquilamente desde a Av. Nossa Senhora da Graça até o começo da Vila Vidal.
Mas, tudo bem, o Mal. Floriano também teve que ser deslocado para ceder o nome da Rua a outro filho da terra – o Ministro Herculano de Freitas -, assim como aconteceu com o Patrono do Exército Brasileiro que, depois de anos assistindo de camarote as Boates do Guarani, teve que abrir mão do seu posto para o Basílio Conceição. Quem diria, hein, logo o “Diabo” do Basílio é que viria a “desmilitarizar” a sisuda Rua Duque de Caxias; parece até uma vingança dos “gauchinhos” contra o Império, cento e cinqüenta anos depois.
Ruas, ruas. Como disse certa vez Mário Quintana, virar nome de rua é ter a certeza de que, mesmo depois de morto, vão continuar passando por cima da gente.
E, no caso do Arroio Grande, num troca-troca que parece não ter fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário