terça-feira, 19 de maio de 2009

HISTÓRIAS (VII) - O NOVO MUNDO EM FOLHETIM - SEXO, SANGUE E SELVAGERIA

"Outro costume deles bastante enorme e além da humana credibilidade: na realidade, as mulheres deles, como são libidinosas, fazem intumescer as virilhas (virilha: em latim, 'inguina', que pode ser traduzida como “membro”) dos maridos com tamanha crassidão que parecem disformes e torpes; isto por algum artifício e mordedura de alguns animais venenosos. Por causa disso, muitos deles perdem as virilhas (que apodrecem por falta de cuidado) e se tornam eunucos. Não têm panos nem de lã, nem de linho, nem de seda porque não precisam deles. Nem têm bens próprios, mas todas as coisas são comuns, Vivem ao mesmo tempo sem rei e sem comando, e cada um é senhor de si mesmo. Tomam tantas mulheres quantas querem: o filho copula com a mãe; o irmão com a irmã; e o primo, com a prima; o transeunte e os que cruzam com ele. Quantas vezes querem, desfazem os casamentos, nos quais não observam nenhuma ordem. Além do mais, não têm nenhum templo, não têm nenhuma lei, nem são idólatras".

Fragmento de Mundus Novus – Carta a Lorenzo di Pierfrancisco dei Medici – Escrita por Américo Vespúcio ou atribuída a ele, por ocasião da sua 2ª viagem ao Brasil – maio de 1501 a setembro de 1502.
(Américo Vespúcio - Novo Mundo – As cartas que batizaram a América – Apresentação e Notas Eduardo Bueno – Editora Planeta – 2003 – fls. 41-42
)

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