“Havia, em Teheran, na Pérsia, um velho mercador que tinha três filhos. Um dia, o mercador chamou os jovens e disse-lhes: - Aquele que passar o dia sem pronunciar palavras inúteis, receberá de mim o prêmio de vinte e três dinheiros. Ao cair da noite os três filhos foram ter à presença do ancião. Disse o primeiro: - Evitei hoje, meu pai, todas as palavras inúteis. Espero, portanto, merecer, segundo a vossa promessa, o prêmio combinado, prêmio esse de vinte e três dinheiros, conforme deveis estar lembrado. O segundo aproximou-se do velho, beijou-lhe as mãos, e limitou-se a dizer: - Boa noite, meu pai! O mais moço, finalmente, não pronunciou palavra, aproximou-se do velho e estendeu-lhe a mão para receber o prêmio. O mercador, ao observar a atitude dos três rapazes, assim falou: - O primeiro, ao chegar a minha presença, fatigou-me a atenção com várias palavras inúteis; o terceiro mostrou-se exageradamente lacônico. O prêmio caberá, pois, ao segundo, que foi discreto sem verbosidade e simples sem afetação”.
A conclusão de Beremis, o homem que calculava: - O velho mercador agiu com justiça, pois o homem taciturno, excessivamente calado, torna-se desagradável; mas os que falam sem parar irritam ou enfastiam os seus ouvintes. Devemos, pois, evitar as palavras inúteis sem cair no laconismo exagerado, incompatível com a delicadeza...
A conclusão de Beremis, o homem que calculava: - O velho mercador agiu com justiça, pois o homem taciturno, excessivamente calado, torna-se desagradável; mas os que falam sem parar irritam ou enfastiam os seus ouvintes. Devemos, pois, evitar as palavras inúteis sem cair no laconismo exagerado, incompatível com a delicadeza...
(O HOMEM QUE CALCULAVA - MALBA TAHAN – Ed. Saraiva - 1949 – pág. 20)
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