quarta-feira, 6 de agosto de 2008

AS RUAS DA MINHA CIDADE (V)

Rua Basílio Conceição
(clique na imagem para ampliar)
...........................................................
Um acidente de carro ocorrido na Estrada de Rio Grande (depois da Vila da Quinta), em meio a uma madrugada do mês de abril de 1990, viria a alterar definitivamente os destinos da rua Duque de Caxias, em especial no local entre as quadras Dr. Monteiro e Júlio de Castilhos, no Centro de Arroio Grande (foto).
A morte do músico Basílio Conceição, o mais criativo artista da "Terra de Mauá", surpreenderia a toda a cidade, e deixaria os seus conhecidos, amigos e companheiros perplexos, diante do inusitado, diante do inesperado, diante da tragédia.
Basílio Conceição, o Peninha, o Louco, o Diabo, foi um dos personagens mais irreverentes da história do Arroio Grande, e teve, após a sua morte, o reconhecimento que a cidade jamais admitiria conceder-lhe em vida. Virou referência artística, nome do Centro Cultural do município, e, não muito tempo depois da sua morte, viria ganhar o nome da rua onde a sua família residiu por longos anos, a antiga rua Duque de Caxias, bem próximo ao centro da cidade.
Na foto, para os que não conhecem, vê-se, à esquerda, em azul, o prédio do antigo Clube Guarani, o Clube dos Morenos (um "eufemismo" para a raça negra), tristemente desativado já há alguns anos; e, à direita, na cor amarela, o portão da garagem e a entrada da casa da família do Basílio, onde moraram por muitos anos a "Dona" Zilda e o "Seu" Wilmar, os pais do artista, que, naturalmente, jamais conseguiram compreender a força da genialidade do filho.
Aqueles que conviveram com o músico - caso do autor do blog - têm, naturalmente, inúmeras histórias para contar; como, porém, o objetivo da página é falar sobre "a rua" Basílio Conceição e não sobre o personagem, deixamos de nos aprofundar sobre a figura do Basílio, remetendo, a quem tiver interesse, para a leitura do texto "O Enterro do Diabo", publicado na Revista Gente Boa, de Pelotas, e postado no blog premioliterarioag.blogspot.com pelo autor desta página, tudo no ano de 2007.
Mas a rua Basílio Conceição - que começa praticamente embaixo da Ponte Carlos Barbosa (que liga a antiga Estrada Arroio Grande/Jaguarão) e termina logo em seguida ao "Beco dos Bidivas", próximo à Av. Maria Pereira das Neves - é uma rua limitadíssima, da calçamento totalmente irregular e quase sem atrativos, com exceção da antiga Barbearia do Gilberto, e, atualmente, da "venda da Dona Eva" que faz uma das melhores linguiças do Arroio Grande, quase em frente ao "pátio da Prefeitura".
A rua teve, pelo menos, a ousadia de trocar de nome: de um militar, um comandante de guerra, um Marechal, um Duque; para um músico, um artista, um bêbado, um provocador...
Se a cidade ganhou ou perdeu com a troca não se sabe, mas o fato é que Arroio Grande tem, agora, mais uma placa de rua com o nome de um filho da terra, o "maldito", o Louco, o Diabo; o polêmico, irreverente e inesquecível Basílio Marçal da Conceição.

2 comentários:

Anônimo disse...

tche 2 coisas me ligam a cidade a 1 a minha mae que trabalhou como enfermeira no hospital ai a 2 foi o meu irmao de coraçao ,basilio que tive o privilegio de conhecer la no cassino era o cara mais doido que ja conheci , uma vez fui ao um festival para prestigialo o maluco pediu o dinheiro que eu tinha para voltar para casa e comprou tudo de cerveja e depois me trouce de carona este era o basilio meu eterno irmao

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Bueno, companheiro, que bom que a lembrança do Basílio - irmão de alma, irmão de noite, irmão da vida... - faz com que as pessoas, mesmo distantes, ainda se liguem ao Arroio Grande, terra natal do músico.
Acho que tem mais alguma coisa sobre o "Diabo" aqui na página, dá uma olhada, quem sabe...
Abraço.