Caetano Veloso disse uma frase difícil dia desses, numa entrevista que antecedeu a sua viagem para fazer shows nos Estados Unidos: - Prefiro preto à mulher – falou, numa referência à vitória de Barack Obama sobre Hilary Clinton, nas prévias do Partido Democrata.
É uma frase difícil, complicada, como o próprio Caetano reconhece.
“Talvez eu tenha dito que prefiro à causa dos negros à causa das mulheres” – ele revelaria depois, acrescentando que também achou a expressão “meio sem sentido”, como todos acharam, a não ser que ela tivesse um conteúdo homossexual, que afinal não tinha, segundo o seu próprio autor.
Mas Caetano é irreverente e proposital: dispara as frases primeiro, para (tentar) explicá-las depois.
Eu gosto de pessoas assim, que desafiam a própria capacidade de explicação, que tentam argumentar sobre conceitos difíceis.
Eu gosto de frases assim, embora não possa dizer que prefiro preto à mulher. Aliás, prefiro mulher a preto, a branco, a alemão; prefiro mulher a homem, prefiro mulher a gay e prefiro mulher a mulher, se é que me entendem.
É verdade que também prefiro a causa dos negros. Pra ser sincero, nem sei se as mulheres, nesses tempos de igualdade, têm ainda qualquer causa, exceto a de passar a semana inteira brigando com a balança, nesta época difícil de inverno, quando costumam se entupir de x-salada com bastante maionese e coca zero.
Mas nós, da estética do Sul, também não negamos a nossa preferência pelo resultado do xis-salada, mesmo quando ele aparece por entre o final da blusa e o começo dos quadris, ou quando sobressai sob a calça justa, bem colada na bunda, num passeio domingo à tarde. E em meio a goles de chimarrão e mordidas de rapadura, então... Meu deus!
É que as mulheres, independente da causa que persigam, têm tudo para nos oferecer quando não estamos distraídos com o futebol. Elas têm a esperteza do olhar, o jogo dos cabelos, o jeito de andar... Têm o que a gente necessita pra sobreviver. Nelas, até o resultado do x-salada fica bem; quer dizer, a gente acha bom e pronto! Às favas com os padrões de beleza das modelos da televisão.
Por isso é que eu considero a frase do Caetano sem sentido, exceto se ele estiver comparando os dois personagens apenas como políticos: o senador Barack e a senadora Hilary, e o que cada um deles poderia representar chegando à Presidência dos EUA.
Bom, aí talvez eu também venha a preferir o negro Obama à mulher Clinton; talvez, eu disse, talvez.
Porque, fora disso, se a Hilary abandonasse aquele modelito tailleurzinho de convenção, e passasse aqui pelo Arroio Grande e pedisse um x-salada com bastante maionese, ou comesse rapadura, ou tomasse um chimarrão à tardinha em plena Dr. Monteiro, carregando uma bandeira com a estrela vermelha, não sei não, mas acho que até o Donga ficaria a perigo, não sei não...
É uma frase difícil, complicada, como o próprio Caetano reconhece.
“Talvez eu tenha dito que prefiro à causa dos negros à causa das mulheres” – ele revelaria depois, acrescentando que também achou a expressão “meio sem sentido”, como todos acharam, a não ser que ela tivesse um conteúdo homossexual, que afinal não tinha, segundo o seu próprio autor.
Mas Caetano é irreverente e proposital: dispara as frases primeiro, para (tentar) explicá-las depois.
Eu gosto de pessoas assim, que desafiam a própria capacidade de explicação, que tentam argumentar sobre conceitos difíceis.
Eu gosto de frases assim, embora não possa dizer que prefiro preto à mulher. Aliás, prefiro mulher a preto, a branco, a alemão; prefiro mulher a homem, prefiro mulher a gay e prefiro mulher a mulher, se é que me entendem.
É verdade que também prefiro a causa dos negros. Pra ser sincero, nem sei se as mulheres, nesses tempos de igualdade, têm ainda qualquer causa, exceto a de passar a semana inteira brigando com a balança, nesta época difícil de inverno, quando costumam se entupir de x-salada com bastante maionese e coca zero.
Mas nós, da estética do Sul, também não negamos a nossa preferência pelo resultado do xis-salada, mesmo quando ele aparece por entre o final da blusa e o começo dos quadris, ou quando sobressai sob a calça justa, bem colada na bunda, num passeio domingo à tarde. E em meio a goles de chimarrão e mordidas de rapadura, então... Meu deus!
É que as mulheres, independente da causa que persigam, têm tudo para nos oferecer quando não estamos distraídos com o futebol. Elas têm a esperteza do olhar, o jogo dos cabelos, o jeito de andar... Têm o que a gente necessita pra sobreviver. Nelas, até o resultado do x-salada fica bem; quer dizer, a gente acha bom e pronto! Às favas com os padrões de beleza das modelos da televisão.
Por isso é que eu considero a frase do Caetano sem sentido, exceto se ele estiver comparando os dois personagens apenas como políticos: o senador Barack e a senadora Hilary, e o que cada um deles poderia representar chegando à Presidência dos EUA.
Bom, aí talvez eu também venha a preferir o negro Obama à mulher Clinton; talvez, eu disse, talvez.
Porque, fora disso, se a Hilary abandonasse aquele modelito tailleurzinho de convenção, e passasse aqui pelo Arroio Grande e pedisse um x-salada com bastante maionese, ou comesse rapadura, ou tomasse um chimarrão à tardinha em plena Dr. Monteiro, carregando uma bandeira com a estrela vermelha, não sei não, mas acho que até o Donga ficaria a perigo, não sei não...
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