Nascido por volta de 1880, Otávio Adalberto Esteves ganhou fama e patente de “Coronel” na região sul e em Arroio Grande, cidade onde viveu até o início dos anos 1970, quando veio a falecer com mais de 90 anos de idade.
Estancieiro, proprietário da “Fazenda Santana” onde começou a criar gado no começo dos anos 1920, Otávio Esteves especializou-se na criação de bovinos (2.200 reses, no início da década de 40), ovinos (3.500, na mesma época) e inúmeros equinos, com destaque para cavalos das raças criola e percheron, sendo muitos desses animais adquiridos no Uruguay e na Argentina.
Correligionário e amigo de Assis Brasil (Joaquim Francisco de Assis Brasil – 1857/1938 – advogado e político, proprietário do histórico Castelo de Pedras Altas, onde foi assinado o pacto que pôs fim à Revolução de 1923) e de Zeca Neto (José Antônio Mattos Neto, General e caudilho maragato - 1854/1948), Otávio Esteves foi membro da Junta Revolucionária de 23, em Arroio Grande, na luta empreendida entre assisistas e borgistas – maragatos e chimangos – no Rio Grande do Sul, naquela que foi a última das três grandes revoluções dos gaúchos (Revolução Farroupilha - 1835, Revolução Federalista - 1893, e Revolução de 1923).
Em razão das quizílias políticas remanescentes, Otávio Esteves, que dividia o seu tempo entre o Arroio Grande (onde possuía as suas terras), Jaguarão (onde tinha parentes) e Melo, no Uruguay (onde costumava visitar Assis Brasil que por lá se mantinha “exilado”, mesmo após o armistício de 23), possuía também diversos desafetos, entres eles o Ten. Coronel Manoel Amaro Junior, um legalista, partidário de Borges de Medeiros, que morava na mesma Jaguarão que o Cel. Otávio Esteves seguidamente visitava.
Pois conta a história* que no dia 1° de agosto de 1924 esses dois personagens se encontraram e acabaram por travar um duelo, havendo Otávio Esteves levado a melhor no confronto onde morreram os “dois Amaro” – o pai militar e o filho farmacêutico, que acudira em defesa do seu genitor –, na famoso crime de "Rua do Centenário", em pleno Centro de Jaguarão.
Preso e impronunciado sob a tese da legítima defesa (a impronúncia se dá quando o Juiz do caso entende que a prova em favor do réu é tão forte que ele sequer precisa ser levado a Júri), por decisão do magistrado Álvaro da Costa Franco (pai do historiador Sérgio da Costa Franco, autor de “Origens de Jaguarão”), que teve a sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Otávio Esteves retornou a sua vida de estancieiro em Arroio Grande, sendo objeto de muitas histórias depois do episódio das mortes em Jaguarão.
O autor desta página, quando menino, conheceu pessoalmente o Cel. Otávio Esteves, de quem lembra de algumas características: porte alto e imponente, cabeleira branca, voz firme e autoritária, péssimo motorista (se ouvia de longe a batida da sua caminhonete contra as paredes da garagem, a cada vez que guardava o carro) e do respeito que o Coronel, apesar da idade avançada, ainda gozava junto à comunidade - tudo em razão da vizinhança das casas de ambas as famílias na Rua Dom Pedro II, em Arroio Grande, no final dos anos 1960, onde Otávio Esteves residiu até o seu falecimento na primeira metade da década de 70.
* A descrição do “duelo” entre o Cel. Otávio Esteves e “os Amaro”, no ano de 1925, em Jaguarão, consta detalhadamente do livro “O cigarro ensangüentado e outros contos”, de João Félix Soares Neto (Ed. Ponto de Vista, 2007), e, resumidamente, no “Diário de Cecília Assis Brasil” (L&PM, 1983). Também neste blog existe menção ao episódio no texto “A Rua da minha infância”, crônica publicada no Jornal "A Evolução", no ano de 2008.
Estancieiro, proprietário da “Fazenda Santana” onde começou a criar gado no começo dos anos 1920, Otávio Esteves especializou-se na criação de bovinos (2.200 reses, no início da década de 40), ovinos (3.500, na mesma época) e inúmeros equinos, com destaque para cavalos das raças criola e percheron, sendo muitos desses animais adquiridos no Uruguay e na Argentina.
Correligionário e amigo de Assis Brasil (Joaquim Francisco de Assis Brasil – 1857/1938 – advogado e político, proprietário do histórico Castelo de Pedras Altas, onde foi assinado o pacto que pôs fim à Revolução de 1923) e de Zeca Neto (José Antônio Mattos Neto, General e caudilho maragato - 1854/1948), Otávio Esteves foi membro da Junta Revolucionária de 23, em Arroio Grande, na luta empreendida entre assisistas e borgistas – maragatos e chimangos – no Rio Grande do Sul, naquela que foi a última das três grandes revoluções dos gaúchos (Revolução Farroupilha - 1835, Revolução Federalista - 1893, e Revolução de 1923).
Em razão das quizílias políticas remanescentes, Otávio Esteves, que dividia o seu tempo entre o Arroio Grande (onde possuía as suas terras), Jaguarão (onde tinha parentes) e Melo, no Uruguay (onde costumava visitar Assis Brasil que por lá se mantinha “exilado”, mesmo após o armistício de 23), possuía também diversos desafetos, entres eles o Ten. Coronel Manoel Amaro Junior, um legalista, partidário de Borges de Medeiros, que morava na mesma Jaguarão que o Cel. Otávio Esteves seguidamente visitava.
Pois conta a história* que no dia 1° de agosto de 1924 esses dois personagens se encontraram e acabaram por travar um duelo, havendo Otávio Esteves levado a melhor no confronto onde morreram os “dois Amaro” – o pai militar e o filho farmacêutico, que acudira em defesa do seu genitor –, na famoso crime de "Rua do Centenário", em pleno Centro de Jaguarão.
Preso e impronunciado sob a tese da legítima defesa (a impronúncia se dá quando o Juiz do caso entende que a prova em favor do réu é tão forte que ele sequer precisa ser levado a Júri), por decisão do magistrado Álvaro da Costa Franco (pai do historiador Sérgio da Costa Franco, autor de “Origens de Jaguarão”), que teve a sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Otávio Esteves retornou a sua vida de estancieiro em Arroio Grande, sendo objeto de muitas histórias depois do episódio das mortes em Jaguarão.
O autor desta página, quando menino, conheceu pessoalmente o Cel. Otávio Esteves, de quem lembra de algumas características: porte alto e imponente, cabeleira branca, voz firme e autoritária, péssimo motorista (se ouvia de longe a batida da sua caminhonete contra as paredes da garagem, a cada vez que guardava o carro) e do respeito que o Coronel, apesar da idade avançada, ainda gozava junto à comunidade - tudo em razão da vizinhança das casas de ambas as famílias na Rua Dom Pedro II, em Arroio Grande, no final dos anos 1960, onde Otávio Esteves residiu até o seu falecimento na primeira metade da década de 70.
* A descrição do “duelo” entre o Cel. Otávio Esteves e “os Amaro”, no ano de 1925, em Jaguarão, consta detalhadamente do livro “O cigarro ensangüentado e outros contos”, de João Félix Soares Neto (Ed. Ponto de Vista, 2007), e, resumidamente, no “Diário de Cecília Assis Brasil” (L&PM, 1983). Também neste blog existe menção ao episódio no texto “A Rua da minha infância”, crônica publicada no Jornal "A Evolução", no ano de 2008.
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