(Arroio Grande nos anos 60 - Praça Maneca Maciel)
Um dos episódios mais interessantes da história do Rio Grande do Sul, assim como do próprio Brasil – a Legalidade – está completando 50 anos neste final de agosto.
Como é sabido, o Movimento (ou Campanha) da Legalidade foi deflagrado no Rio Grande do Sul para garantir a posse do Vice-Presidente João Goulart quando da renúncia do Presidente Jânio Quadros, por pressão das famosas “forças terríveis” (uma explosiva mistura de Whisky, com militares, com Carlos Lacerda...), o que ocorreu no dia 25 de agosto de 1961.
Consumada a renúncia de Jânio, e como Jango estivesse fora do Brasil (em visita oficial a Cingapura), os ministros militares, contrários à posse de Goulart sob o argumento de que o gaúcho iria promover a “comunização” do País (e Jango nem comunista era), resolveram agir rápido e declararam “a absoluta inconveniência, por motivos de segurança nacional, do regresso ao País do Vice-Presidente”. Ato contínuo, ameaçaram prendê-lo caso voltasse ao Brasil.
No Rio Grande do Sul, o Governador Leonel Brizola reagiu e mobilizou militares, imprensa, artistas e a população civil para articular uma oposição ao golpe, pois havendo sido Jango eleito Vice-Presidente democraticamente nada justificava que não se cumprisse a Constituição.
Entre tantos episódios que marcaram o Movimento – trincheiras no Piratini, encampação da Rádio Guaíba, hino da Legalidade –, encontra-se a adesão do Comandante do 3° Exército do Rio Grande do Sul, Machado Lopes à Legalidade (“o 3° Exército não aceita solução fora da Constituição”), ficando ao lado de Brizola e contra o poder militar.
Em conseqüência, o Ministro da Guerra Odílio Denys resolveu substituir Machado Lopes pelo histórico Cordeiro de Farias, que, entretanto, nem chegou a Porto Alegre, pois a resistência no Rio Grande do Sul foi tão forte que impossibilitou o deslocamento do avião do velho General à Capital dos gaúchos.
Da mesma forma, os Sargentos da Aeronáutica sufocaram uma ordem de atentado ao Palácio Piratini e à própria população gaúcha, já que, por determinação do Ministro Orlando Geisel, a Força Aérea estava autorizada a realizar “inclusive o bombardeio, se necessário” sobre Porto Alegre.
De Arroio Grande, é conhecida a participação do conterrâneo Marcial Ribeiro ao lado dos legalistas, numa resistência que obteve sucesso, já que o Movimento resultou na posse de João Goulart, ainda que através de uma solução encontrada fora da Constituição – o parlamentarismo. A Legalidade teve diversas virtudes, assim como teve o mérito de “retardar” o Golpe Militar esboçado em 1961, que acabou ocorrendo quase três anos mais tarde – em 31 de março de 1964.
E a diferença entre os dois Movimentos – Legalidade x Golpe –, vai além da própria expressão, pois o resultado do primeiro, que mostrou mobilização, resistência, coragem, cidadania..., contrapõe-se radicalmente ao segundo que, embora travestido de “Revolução” durante mais de duas décadas, tem hoje as suas consequências cada vez mais transparentes, para quem quiser julgar.
Como é sabido, o Movimento (ou Campanha) da Legalidade foi deflagrado no Rio Grande do Sul para garantir a posse do Vice-Presidente João Goulart quando da renúncia do Presidente Jânio Quadros, por pressão das famosas “forças terríveis” (uma explosiva mistura de Whisky, com militares, com Carlos Lacerda...), o que ocorreu no dia 25 de agosto de 1961.
Consumada a renúncia de Jânio, e como Jango estivesse fora do Brasil (em visita oficial a Cingapura), os ministros militares, contrários à posse de Goulart sob o argumento de que o gaúcho iria promover a “comunização” do País (e Jango nem comunista era), resolveram agir rápido e declararam “a absoluta inconveniência, por motivos de segurança nacional, do regresso ao País do Vice-Presidente”. Ato contínuo, ameaçaram prendê-lo caso voltasse ao Brasil.
No Rio Grande do Sul, o Governador Leonel Brizola reagiu e mobilizou militares, imprensa, artistas e a população civil para articular uma oposição ao golpe, pois havendo sido Jango eleito Vice-Presidente democraticamente nada justificava que não se cumprisse a Constituição.
Entre tantos episódios que marcaram o Movimento – trincheiras no Piratini, encampação da Rádio Guaíba, hino da Legalidade –, encontra-se a adesão do Comandante do 3° Exército do Rio Grande do Sul, Machado Lopes à Legalidade (“o 3° Exército não aceita solução fora da Constituição”), ficando ao lado de Brizola e contra o poder militar.
Em conseqüência, o Ministro da Guerra Odílio Denys resolveu substituir Machado Lopes pelo histórico Cordeiro de Farias, que, entretanto, nem chegou a Porto Alegre, pois a resistência no Rio Grande do Sul foi tão forte que impossibilitou o deslocamento do avião do velho General à Capital dos gaúchos.
Da mesma forma, os Sargentos da Aeronáutica sufocaram uma ordem de atentado ao Palácio Piratini e à própria população gaúcha, já que, por determinação do Ministro Orlando Geisel, a Força Aérea estava autorizada a realizar “inclusive o bombardeio, se necessário” sobre Porto Alegre.
De Arroio Grande, é conhecida a participação do conterrâneo Marcial Ribeiro ao lado dos legalistas, numa resistência que obteve sucesso, já que o Movimento resultou na posse de João Goulart, ainda que através de uma solução encontrada fora da Constituição – o parlamentarismo. A Legalidade teve diversas virtudes, assim como teve o mérito de “retardar” o Golpe Militar esboçado em 1961, que acabou ocorrendo quase três anos mais tarde – em 31 de março de 1964.
E a diferença entre os dois Movimentos – Legalidade x Golpe –, vai além da própria expressão, pois o resultado do primeiro, que mostrou mobilização, resistência, coragem, cidadania..., contrapõe-se radicalmente ao segundo que, embora travestido de “Revolução” durante mais de duas décadas, tem hoje as suas consequências cada vez mais transparentes, para quem quiser julgar.
Marcial Ribeiro (o segundo a partir da direita) na Base Aérea de Canoas, em almoço comemorativo à posse de João Goulart - 7 de setembro de 1961.
Nas fotografias: Arizinho, com a cantora Cláudia Barroso, no Clube do Comércio de Arroio Grande, em show nos anos 70 (acima); e na volta olímpica, como Tri campeão estadual amador, com o E. C. Arroio Grande, em Sobradinho, 1991 (abaixo).





Nascido em 1°/06/1922, em Encruzilhada do Sul, Moacir da Rosa Prestes fez os seus estudos em Porto Alegre, vindo para Arroio Grande no final dos anos 40 onde constituiu família, casando com Nair da Silva Soares no ano de 1949.






