quarta-feira, 25 de março de 2009

HISTÓRIAS (II) - Argentinos x Brasileiros

As “diferenças” entre brasileiros e argentinos são seculares, sendo inúmeras as histórias de desentendimentos entre personalidades dos dois países, seja por motivos realmente sérios, que resultaram até em guerras, ou por simples anedotas, com personagens de ambos os povos apontando um ao outro algum enxovalho, visando ridicularizar o vizinho fronteiriço.
Um desses acontecimentos jocosos envolveu o famoso General ZECA NETTO (José Antônio Netto, nascido em 1854 em Jaguarão-Chico, lado uruguaio da linha divisória, e morto em 1948), revolucionário de 1923, e, outro, o Chanceler OSWALDO ARANHA (advogado, político, estadista, nascido em 1894, no Alegrete, e morto em 1960; foi Governador do Rio Grande do Sul por curto período, em 1930).
Ambos os episódios envolvem a “fama” dos brasileiros de gostarem de ‘viados’ (já há mais de 70 anos, vejam só!), como se lê da seqüência:
“Num teatro de variedades em Buenos Aires, numa cena burlesca, em que tomavam parte muitos artistas (argentinos), um deles, em meio à dança, gritou:
- Ahí viene un brasileño...
Num pulo, todos os integrantes do palco encostaram os traseiros na parede.
Netto (que assistia a peça), levantou-se, e, indignado, bateu os pés e retirou-se do teatro.
Bem mais tarde, ele seria “vingado” por Oswaldo Aranha, então chanceler do Brasil, que recebeu a visita oficial do chanceler argentino.
Após alguns drinques e ignorando o formalismo, o chanceler argentino aproveitou-se da intimidade consentida e perguntou a Aranha, se era verdade, como corria em Buenos Aires, o gosto dos brasileiros pela pederastia ativa. Entre chocado e irônico, Oswaldo, cigarro grande na boca, respondeu-lhe sorrindo:
- Não acredite, Chanceler, isso é propaganda brasileira para atrair turista argentino...”.
(
MEMÓRIAS DO GENERAL ZECA NETTO – Martins Livreiro Editor – Porto Alegre – 1983 – fls. 12-13)

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