O Estado tem regiões praticamente isoladas – como no Vale do Itajaí, a zona mais atingida, onde choveu em uma semana o equivalente a quatro meses para aquela região - com estradas cortadas e lugares sem qualquer comunicação, somente com acesso por helicóptero.
Santa Catarina acaba sendo vítima de sua belíssima formação - de um lado o mar, do outro as montanhas, entre os dois muitos arroios e rios, e, por conseqüência, um solo extremamente frágil que não suporta a pressão dos morros que, pelo excesso de água, acabam desabando, soterrando casas e vitimando pessoas.
É uma catástrofe de origem natural, onde o homem tem muito pouco a fazer preventivamente, restando à mobilização, o auxílio e a solidariedade.
Refiro-me a decisão do Governo Yeda de não pagar os Professores que aderiram à justíssima Greve do Magistério Estadual, fazendo com que muitos profissionais da Educação, que já ganham um salário minúsculo, venham receber neste mês - às vésperas do fim de ano - em torno de cem, duzentos reais, por aí.
É uma decisão extremamente autoritária, que atropela o diálogo, fere o bom senso e põe em risco a própria subsistência de toda uma categoria de servidores.
Todo mundo sabe que, no Estado Democrático, as questões secundárias da greve – dias parados, aulas perdidas, recuperação de conteúdos... – acabam sendo resolvidas depois de solucionada a questão central, no caso a adoção do piso nacional para os professores, uma prioridade para quem se dedica a formar cidadãos, mas é tratado fora dos mais elementares princípios da cidadania.
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, dois dramas com difícil solução. No primeiro, talvez a mão de Deus venha a dar um fim à tragédia vivida pelos vizinhos catarinenses; já no segundo caso, parece que nem Deus vai se atrever a colocar a mão, pois diante de uma Governadora que corta o diálogo, corta direitos, corta ponto, corta salário... – até para o Todo Poderoso convém não facilitar.