Bueno… Se essa dor no joelho não passar, azar, não vou deixar de
sair hoje. A gente deve ficar em casa quando tem motivo. Para não
pegar uma gripe forte e não transmitir para os outros, por exemplo… Mas hoje é sexta-feira e a
programação promete. O Arroio Grande cresceu muito neste início
dos anos 1980... Para começar, vou aproveitar esse princípio de
noite e comer um lanche no novo bicão da pracinha. Aquele cachorrão
com a ervilha escorrendo junto à maionese quente e empapando o
saquinho que protege o pão. Para depois a gente lamber a embalagem e
as gurias acharem nojento. Loco de bom! O Paulinho do Kbção adora.
E ainda vem com duas salsichas! Dali, estômago forrado, vou até o
Dovinha comentar o jogo da tarde com os guris… Mas, voltando ao
Cabeçãozinho, quando é que ele vai nos convidar pra comer camarão
à milanesa no Nacib novamente? Que coisa boa! E o Adão Miranda
ainda pode se empolgar e cantar um bolero à capela. “Tanto
tiempo disfrutamos de este amor, nuestras almas se acercaron tanto
asi, que yo guardo tu sabor, pero tu llevas también, sabor a mí...”.
Espetacular! Já
me deu vontade de escutar música. É certo que depois do Bar dos
Esportes vou dar a tradicional passada pela Top Set para encontrar o
Basílio. (Sempre que saio de casa, aqui perto do presídio, em
direção ao Centro, e passo pela Biblioteca Pública, fico pensando:
será que um dia vai ter uma sala em homenagem ao poeta Leonel
Fagundes ali? Ou será para o Lauro Machado a deferência? Ou para o
louco do Pedro Bittencourt? Não, esse não, está bem vivo e é
muito novo ainda...). Bom, se o Basílio estiver disposto, acaba
pegando o violão, daí passamos para o salão do Forninho. Então
cantaremos: “Vai, minh’alma vai, te esconde lá, onde o
delírio destes tempos não tem mais lugar… Kênia...”. Que
maravilha! Um beijo pra quem fica, América! E para beber, o
que vai ser? Cachaça com butiá, cuba libre, um hi-fi, quem sabe
wuisque – se o Edy do Solano der uma força, né, porque tá caro!
– ou uma cervejada a rolê? Qualquer coisa o Eraldo pendura…
Tudo, menos aqueles martinis e camparis que só o Bessa toma. Bebida
doce, como é que pode!?! Mas o “Diabo” nem sempre está por aqui
e já pode até ter se mandado para Pelotas atrás de um rabo de
saia. Lá também é bom. Ainda mais que estão ganhando força os
barzinhos nativistas e o louco tá começando a ficar conhecido no
circuito… Mas hoje eu não posso ir, ainda mais com o Chevette
queimando óleo e com o radiador vazando e colado com chiclete… Vou
ficar pela terrinha mesmo. Volta é que não falta pra dar. Primeiro
o bicão, depois o Dovinha, a Top Set… Será que nesta sexta-feira
vai ter Mezanino? Se tiver, bingo! Todo mundo vai para lá. Bah, pena
que a Studio 13 fechou faz pouco tempo. Ali era bucha, festerê
garantido todo o final de semana. Aquele som meio psicodélico que o
Vano colocava, o Zorginho Travolta dando show no centro do palco, uma
mulherada na arquibancada, e a gente olhando aqueles trocinho e
pensando que ‘tavam dando bola pra gente… Bah, mas sem pegar nada
é brabo! O negócio é pensar em outra coisa para se alimentar no
fim da noite, na hora que bater a larica... Outro lanche! Aonde?
(Dizem que o Mauro Marques está pensando em abrir um bar, e que vai
se chamar “Mostardão”. Bom, se o Alemão fizer isso, é outro
que não se roga no violão, e deve encostar o Tuíca na cubana, daí
o negócio vai se estender até de madrugada…). Ao encerramento,
combalido, mas sinais vitais preservados, é certo que terminarei no
Bibico, o tradicional fim de linha antes de voltar para casa. E ali,
lá pelas cinco da manhã, vou pedir pro Jerônimo rodar Terra,
ou Cajuína (“existirmos a que será que se destina”) do
Caetano Veloso, ou alguma coisa dos Mutantes ou do Jards Macalé,
naqueles elepês que só ele tem…
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