sexta-feira, 27 de março de 2020

DOS LUGARES DO ARROIO GRANDE...



Em 24 de março de 2008, há doze anos, portanto, Arroio Grande comemorava os seus 135 anos de emancipação política, num cenário bem diferente deste de agora, com festa, música e o lançamento de um livro que marcou época na cidade.
Abre parêntese: a diferença de contexto, esclareça-se desde logo, a fim de evitar maledicências, deve-se, por óbvio, a pandemia do novo coronavírus, que impede, hoje, qualquer celebração pública na cidade, como de resto impede que se festeje qualquer coisa no país inteiro. Fecha parêntese.
O livro, por mim idealizado e organizado, foi escrito em parceria com outros autores da localidade, e teve uma evidência bem maior do que se esperava, tornando-se um sucesso absoluto.
O Treze lugares e meio do Arroio Grande e outras referências foi realmente um marco na literatura local, pois ali os escritores amadores, os pesquisadores e os historiadores paroquianos perceberam que era possível produzir e publicar algo sobre a nossa cidade, já que existia, sim, um público ávido por conhecer as coisas da “Terra de Mauá”, um lugar com a sua historiografia pouco divulgada, não obstante o esforço de autores como Álvaro O. Caetano, que editou o seu “Município de Arroio Grande”, no ano de 1945, e de Flávia da Conceição Corrêa, organizadora da revista “Tempos”, no ano de 2004. (O jovem Victor Faria Schroder publicaria o seu “A produção do espaço: Geografia histórica da cidade de Arroio Grande – RS”, em Pelotas, também no ano de 2008).
Mas o 13,5 lugares do Arroio Grande e outras referências optou pelo registro através de um outro gênero, a crônica (foram quinze delas), que permite a narrativa curta, liberando a imaginação, mas sempre dentro da perspectiva histórica proposta.
A obra, lançada há exatos doze anos, esgotou rapidamente os seus exemplares, valendo repetir as palavras do organizador ao seu encerramento: “Um livro raro e ao mesmo tempo simples, uma obra que envolve, mas que também liberta, um trabalho que transcende a todos que dele participaram, e que, apesar de modesto, deixa um verdadeiro legado à memória e a história do Arroio Grande. Quem viver, apreciará!”.
O traço do Donga para ilustrar a crônica sobre o "Redondo da Praça", 
criação do bruxo Edu Caboclo Damatta no Treze Lugares 

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