sábado, 26 de janeiro de 2013

BRECHT


Estou num dilema, mas daqueles bons de resolver.
Tenho que encontrar para quem doar a obra completa de Brecht para Teatro, uma coleção de 12 volumes, lançada pela Paz e Terra, há umas três décadas mais ou menos.
O dilema é que tem muita gente que quer a coleção, mas eu gostaria de entregá-la para quem fosse realmente utilizar a obra, e não para ficar depositada numa prateleira qualquer, por mais honesta que seja a biblioteca.
Estou pensando em procurar o pessoal do Dunas, ligado a turma do Ponto de Cultura “Outro Sul”, que vem produzindo um pouco de tudo: música, literatura, dança, e, talvez, possa produzir teatro também.
Quem sabe o teatro do camarada Brecht encenado nas ruas de um dos bairros mais pobres de Pelotas? E por quê não?
Brecht é aquele alemão, dramaturgo e poeta, autor de “A ópera dos três vinténs” e “O casamento do pequeno burguês”, entre outros épicos, mas que ficou famoso no mundo ocidental – mais afeito as frases rápidas e de efeito – pela expressão que embalou inúmeras gerações de marxistas: Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida, Estes são os imprescindíveis”.
A frase, cunhada como símbolo de perseverança na luta por um mundo mais justo, mais fraterno e mais solidário, era para ser um conceito da vida; entretanto, pelo que se vê nos dias atuais, parece estar mais para teatro. Brecht sabia.

9 comentários:

Luiz Carlos Vaz disse...

Doa para o Curso de Teatro da UFPel, eu garanto o bom uso, PJB.

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Está anotado, Vaz, pode ser, pode ser...
Agora, estou empenhado em encontrar os dois últimos volumes (11 e 12), que não aparecem na foto, mas completam a coleção.
Que será doada, de qualquer jeito.
Abço.

Luiz Carlos Vaz disse...

OK, vou contatar o professor Adriano Moraes para aumentar a pressão, hahaha

dialogoteatral disse...

Oi Pedro, oi Luiz,
Se a ideia é aumentar a pressão, posso dizer que a coleção será muito utilizada pelos alunos e alunas dos cursos de teatro e de dança da UFPel. Quem sabe não vemos algumas dessas obras encenadas por aqui??
Abraços, Adriano Moraes
Se for doar para a UFPel, pode entrar em contato pelo telefone 3921-1423 (Colegiado dos Cursos de Teatro e de Dança) ou pelo e-mail ufpel.teatro@gmail.com (endereço do Núcleo de Teatro).

Maribel disse...

Pois é, Pedro,
O legal é doar pra quem precisa, curte e vai aproveitar muito. Quem sabe o Curso de Teatro da UFpel?

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

É isso, Maribel, o negócio, como dizes, é doar para quem precisa, gosta e vai aproveitar;
e também - acrescento - possivelmente para quem, de outra forma, não teria como ter acesso a obras dessa natureza.
Já recebi emails e telefonemas com diversos pedidos, bons "candidatos" não faltam.
Em seguida a gente resolve.
Abço. e obrigado pela participação.

Marisa disse...

Pedro, achei interessante o teu blog, porque falas da minha cidade natal. Nasci em Arroio Grande em 1959. Lembro do meu pai Edar Mendes,comentar que era muito amigo do teu pai.Como consigo o livro de poesias para dar de presente ao meu pai?
Gostei de ver as fotos da cidade. Na minha adolescência, costumava passar dias em Arroio Grande e recordo com carinho esse tempo.
Um abraço e parabéns pela idéia do blog.
Marisa Sallaberry Mendes

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Valeu Marisa.
Estou te mandando um email direto p/trocarmos alguma ideia sobre as coisas de Arroio Grande, ok!
Abço.
Pedro

Shasça disse...

Alô, Pedro!
Não conheço Arroio Grande, mas já morei em Rio Grande, onde tenho um bocado de amigos. O que isto quer dizer? A semelhança nos adjetivos e a localização no Rio Grande (mais do mesmo adjetivo).
No caso de ainda não ter encontrado o felizardo merecedor do presente, candidato-me. A razão é simples: curso uma disciplina de dramaturgia na UFSC e tenho procurado a peça "A Ópera dos Três Vinténs", mas não a tenho encontrado nas lojas que vendem livros usados. Minha proposta de vida ao fazer o curso é escrever para teatro e cinema. Inclusive, preciso criar o roteiro de um curta-metragem baseado na citada Ópera.
Acredito que os cursos universitários mereçam tê-la em suas prateleiras, à disposição de alunos que por ela se interessem ou precisem fazer uso. Entretanto, comigo, te garanto que serão de uso permanente. É como costumo tratar meus livros. Digo “meus” porque nem gosto de pedir livro emprestado, já que não poderei folheá-lo quando me der vontade ou quando estiver comparando Peachum com alguma destas figuras públicas brasileiras.
Ademais, obrigado por ter lido o comentário até aqui. Tri-obrigado se, por muita sorte minha, a coletânea ainda estiver a ser presenteada e for do meu merecimento hospedá-la na minha dispensa de produtos (ali)menta(re)is.
E parabéns pelo blog!
Abraço.