Minha
leitura de verão está sendo “Marighella – O guerrilheiro que
incendiou o mundo”, de Mário Magalhães, um jornalista
“ex-repórter” da Folha de São Paulo que se revelou excelente
escritor com a apresentação de uma obra que levou quase 10 anos
para ser concluída.
A
vida de Carlos Marighella (1911/1969), um mulato baiano, neto de
escravos e de italianos, comunista e revolucionário, é realmente de
tirar o fôlego, e merecia um livro do porte do que foi lançado.
Mais: é merecedor também de um grande filme ou de um seriado para a
televisão.
Marighella,
um estudante de engenharia civil que escrevia poesia, foi deputado
comunista (PCB) constituinte em 1946, e acabou por enfrentar inúmeras
prisões – desde Fernando de Noronha até a Ilha Grande (por conta
dos regimes autoritários do Estado Novo, de Vargas, e do golpe de
64). Em razão da ditadura militar, fundou e dirigiu a ALN (Ação
Libertadora Nacional) e passou grande parte da sua vida na
clandestinidade.
Morreu
cravejado de balas numa emboscada do DOPS, comandada pelo Delegado
Fleury, um símbolo da ditadura militar, na noite de 6 de novembro de
1969, em São Paulo, Capital. Detalhe: Marighella estava desarmado.
Hoje,
Marighella é tema de livros (dezenas deles), de documentários
(existem pelo menos dois: de Sílvio Tendler e de Isa Ginspum), de
seminários, palestras e – vejam só! - até de músicas, como “Mil
faces de um homem leal”, do Racionais MCS e a recém lançada “Um
comunista”, do conterrâneo baiano Caetano Veloso.
As
canções eu já escutei, agora vou tentar conseguir mais tempo para
me dedicar a ler o livro de Magalhães – a caneta do escritor e o
legado de Mariguella bem que merecem.
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