sábado, 12 de janeiro de 2013

MARIGHELLA


Minha leitura de verão está sendo “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo”, de Mário Magalhães, um jornalista “ex-repórter” da Folha de São Paulo que se revelou excelente escritor com a apresentação de uma obra que levou quase 10 anos para ser concluída.
A vida de Carlos Marighella (1911/1969), um mulato baiano, neto de escravos e de italianos, comunista e revolucionário, é realmente de tirar o fôlego, e merecia um livro do porte do que foi lançado. Mais: é merecedor também de um grande filme ou de um seriado para a televisão.
Marighella, um estudante de engenharia civil que escrevia poesia, foi deputado comunista (PCB) constituinte em 1946, e acabou por enfrentar inúmeras prisões – desde Fernando de Noronha até a Ilha Grande (por conta dos regimes autoritários do Estado Novo, de Vargas, e do golpe de 64). Em razão da ditadura militar, fundou e dirigiu a ALN (Ação Libertadora Nacional) e passou grande parte da sua vida na clandestinidade.   
Morreu cravejado de balas numa emboscada do DOPS, comandada pelo Delegado Fleury, um símbolo da ditadura militar, na noite de 6 de novembro de 1969, em São Paulo, Capital. Detalhe: Marighella estava desarmado.
Hoje, Marighella é tema de livros (dezenas deles), de documentários (existem pelo menos dois: de Sílvio Tendler e de Isa Ginspum), de seminários, palestras e – vejam só! - até de músicas, como “Mil faces de um homem leal”, do Racionais MCS e a recém lançada “Um comunista”, do conterrâneo baiano Caetano Veloso.
As canções eu já escutei, agora vou tentar conseguir mais tempo para me dedicar a ler o livro de Magalhães – a caneta do escritor e o legado de Mariguella bem que merecem.

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