quinta-feira, 5 de abril de 2012

DELÍRIO

Basílio Conceição (1953-1990).
Foi mais ou menos por esta época (começo de abril) que o Basílio morreu, no já distante ano de 1990.
De lá para cá o Basílio - bancário, comerciário, ruralista; poeta, músico, compositor; diabo, louco, inconsequente; amigo, parceiro, irmão - virou ícone, virou mito, virou Basílio Conceição.
Vinte e dois anos depois, o recado dele - do músico Basílio - ainda permanece forte, agudo, contundente, como nas estrofes de Delírio, uma das primeiras composições conhecida do arroiograndense, um poema gerado ainda nos tempos difíceis do final dos anos 1970, início dos anos 80, tempos de solidão, de incertezas, de busca por caminhos, de sonhos de liberdade.
Os versos de Delírio são um símbolo do cancioneiro do "Diabo", uma marca que se apresenta atual ainda hoje, mais de 30 anos depois da sua criação.
Para quem quiser conhecer...
Delírio
"Minha glória é estar só
e não querer mais do que isto:
revirar este deserto;
minha sombra pelas ruas,
não refaz nenhum tormento
vive apenas ao acaso...
Mas naõ me venham com rosas
nem compaixão
'inda prefiro a flor do campo
e esta negra solidão.
Quero tão somente a paz
e a imensidão das madrugadas,
este amor calamidade...
me sentir latente e estar
na mente insana dos amigos
que infernizam a cidade.
Minh'alma clama a liberdade
em que vivi,
sabe que existe outro caminho
por aí
e vai...
volvendo novos vendavais pelo país
é um delírio que me invade o coração
e me faz feliz!"

2 comentários:

Carlos Ricardo Souza disse...

Estou mantendo um grupo no facebook dedicado à cultura em geral,inclusive a Verônica é componente. Por isso peço tua licença para compartilhar teus escritos, enriquecendo minha modesta contribuição para difusão das coisas que dizem respeito à cultura, sem qualquer preconceito, pois é um espaço aberto a todas as manifestações.

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Nem precisava pedir licença, Carlos, pois o amigo é da casa - quero dizer da página, de longa data, aliás.
Embora eu não seja muito (ou nada) adepto do facebook, reconheço a abrangência da rede e o alcance que os seus "compartilhamentos" podem proporcionar.
Fica a vontade, amigo, naquilo que interessar a ti e aos "faceiros" em geral (sei que assim parece pejorativo, mas brotou espontâneo, pelo que fica mantido; aliás, como é mesmo que se diz???).
Abraço