sábado, 21 de abril de 2012

POESIA-MEMÓRIA

Publicado em abril de 1965, o soneto "Ruínas" (acima) transformou-se num clássico da poesia local. O autor, Lauro Machado, poeta sensível e delicado, colaborou com vários poemas para o jornal "A Evolução" e outros periódicos da região.
Lauro Machado aparecerá futuramente aqui na página, numa pequena biografia, como "personagem do Arroio Grande".
Por enquanto, ficam os versos de "Ruínas" (dedicado à mãe do poeta, Augusta), para a apreciação dos leitores.
Ruínas
(À Minha Mãe)
Velha choça deserta, desprezada,
Vencida, mas de pé, em desalinho,
Tu lembras uma enferma abandonada
Num leito de destroços no caminho.
...
Tão triste, comovida e torturada,
Infeliz como um pássaro sozinho
Tu recordas assim desconsolada
A solidão daquele passarinho
...
Que dolorosa predestinação!
Tu vais vivendo como vive a gente
De tédio, desencanto e solidão...
...
E nós, também acumulando escombros,
Vamos sentindo, amarguradamente,
Os destroços da vida sobre os ombros.

(Lauro Machado - A. Grande, abril de 1965)

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