sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

EU ASSISTO BIG BROTHER BRASIL

Quase todo mundo fala mal do Big Brother Brasil, diz que não assiste ao programa, mas quase todo mundo assiste ao Big Brother Brasil.
Por vezes, eu também falo mal do programa, até porque ele é ruim mesmo, muito embora eu não tenha o menor problema em assistir ao Big Brother Brasil.
Todos os dias não, que não vou trocar um programa no bar com os amigos, a ida a uma pizzaria com os filhos, ou um jantar fora com a mulher para assistir qualquer programa da televisão, seja qual for a sua condição instrutiva.
Mas, quando estou em casa, eventualmente assisto ao Big Brother Brasil e me divirto com as questões dos participantes da Casa, que não são as mesmas da vida de cada um de nós, mas que são as questões lá deles, dos integrantes de um programa de televisão, já que o BBB é simplesmente isto: um programa feito para entreter, mais nada.
Por isso é que não entendo a raivosidade que os críticos do BBB dedicam ao programa, nas conversas, nos artigos de jornais e agora em campanhas de boicote ao reality nas redes sociais.
Falam que o programa é “fútil”, mas quer coisa mais fútil do que se utilizar de um serviço como o facebook, por exemplo, para postar sempre as mesmas banalidades, tipo “bom dia para os que já acordaram”, “bora pro banho”, “bora pra balada”, “bora dormir” e outras bobagens do gênero que não interessam a ninguém, como fazem diariamente a imensa maioria dos usuários das redes sociais?
Falam que o programa tem sexo demais, mas onde? Que parte afinal é essa do BBB que eu estou perdendo? Onde que o programa tem mais sexo que nas escolas, nas ruas, no dia-a-dia das pessoas? Isso sem falar nos bares, nas festas, nas boates, em todos os lugares.
Falam que o BBB desvirtua o “padrão de comportamento moral” dos brasileiros, mas o programa que assisto tem leveza, tem diversão, tem até inocência; para mim, honestamente, o Big Brother Brasil chega a ser até simplório de tão inocente que é.
Mas, tudo bem, as pessoas têm todo o direito de não gostar – repito: o programa é ruim mesmo – e de falarem mal do BBB, como costumam fazer especialmente aqueles que posam de “mais esclarecidos” perante a opinião pública.
Mas esses – como todos os espectadores, aliás – ao invés de fazer campanha raivosa contra o programa, terão sempre a alternativa de trocar de canal, a fim de preservarem os seus reclamados “valores morais”.
Poderão assistir, por exemplo, a TV Senado, cheia de assessores parlamentares que ganham vinte, trinta mil reais por mês para não fazer absolutamente nada; ou assistir programas como os do Datena ou do Ratinho, que costumam explorar a miséria humana às últimas consequências; ou então assistir algum documentário sobre a disciplina dos monges do Tibete, ou, sei lá, sobre a vida dos golfinhos do Mar Cáspio.
Sinceramente, eu ainda acho bem mais interessante a bunda da Laisa.

2 comentários:

Aldyr Rosenthal Schlee disse...

Para variar, estou contigo! Acho engraçado, até, aqueles "amigos" do facebook, que fizeram campanha para que se fosse "ler um livro" em vez de ficar vendo o BBB. "Amigos" esses, que eu sei, nem livro têm em casa! Se formos às últimas consequências, pelos argumentos em prol de "programas de conteúdo", nosso futebolzinho na tevê estará com os dias contados. Viva a bunda da Laisa! Abaixo a Canção Nova!

Pedro Jaime Bittencourt Junior disse...

Pois é Aldyr, eu tenho até medo dessa minha "declaração" na forma do post aí de cima.
Imagina que a minha mulher colocou a crônica no facebook e, pelos comentários, o pessoal de lá não assiste mesmo esse tipo de programação "não instrutiva".
Fica todo mundo lendo Rilke, Nietszche, Schopenhauer...
Parece que os programas educacionais do País vem realmente dando certo e formando novas gerações de letrados - gente que escreve: "naum", "bora", "intão"...
Será que o Brasil perdeu mesmo o seu gosto por bundas?
Mas que coisa, hein!!!