Os domingos de verão são difíceis, arrastados, modorrentos. A semana já não é fácil, mas o domingo, em casa e no calor, parece ainda pior.
Mesmo quem pode ir à Praia, para disputar espaço em meio à farofagem geral – pastel, guaraná biri, nova schin quente, xixi dentro d’agua... – sabe que o dia será pesado, lento, interminável.
Depois, quando a noite chega, banho tomado e o estômago saturado, a dificuldade é encontrar algo possível de se olhar na tevê, com os filmes repetidos, o big brother se arrastando e a novela que só virá no dia seguinte.
É então que chega aquele momento onde quem assiste e acredita no Fantástico vive o domingo mais feliz.
O Fantástico - em meio a natural programação canhestra dos domingos - é o reino do artificialismo, a superexposição do irrelevante, uma verdadeira fábrica de banalidades, preparadas para levar o telespectador até o mundo que querem que ele acredite que existe.
E tem gente que acredita no Fantástico, e com certeza é mais feliz assim.
Porque eu não acredito. Não acredito nas reportagens, nas entrevistas, no editorial, nas mágicas, não acredito em nada. Não acredito nem na previsão do tempo, se ela não conferir com a do Jorge Américo, na Difusora, segunda-feira.
Aliás, essa é mesmo uma maldita característica minha: não acreditar em quase nada.
Não acredito na justiça (embora acredite no Direito); não acredito na sociedade, não creio no diálogo, não acredito em discursos e nem em boas intenções. Não creio nas palavras, nem nas letras de músicas, não acredito nos poetas e menos ainda nas musas, não acredito em moral e nem em estética; creio na ética, mas não acredito em política, e - se querem mesmo saber -, não acredito sequer no que eu mesmo digo todos os dias.
Eu acredito é no Marta Rocha, acredito na Basílio Conceição; acredito nos puros, nos anjos, nos ingênuos; acredito no Albertino, acredito no Feijão, creio no Bernardino. Eu creio mesmo é no improvável, no honesto, no bom, no justo, acredito no sonho, no lúdico, no imaginário.
Eu acredito nos visionários, nos loucos, nos amaldiçoados; acredito no que ficou pra trás e acredito no que ainda está por vir.
Eu acredito é nas canções do Caboclo, nas crônicas do Arnóbio, na sabedoria do Pedro Bittencourt; eu firmo a minha crença é na maravilhosa poesia da Mar-ilha-flor.
Acredito é no Arroio Grande de 73: Osca, Vilson, Tino, Vilnei e Porquinho; Ivo e Guia; Orlandinho, os dois Paulinhos e o Covinha –; eu acredito é no gol de falta do Marrequinho, e no jogo terminando antes do empate do adversário.
Creio no que a minha imaginação diz, no que a minha memória evoca, na guria fornida que carregava o escudo da minha escola, na paixão pela minha mulher dançando inteirinha pra mim.
Eu creio em tudo o que gosto, em tudo o que afinal desejo, em tudo que muitos duvidam; hoje, eu acredito mesmo é na Promorar campeã do carnaval novamente.
Desde, é claro, que essa minha crença não apareça no Fantástico, porque no Fantástico eu custo a crer, embora tenha que admitir: quem acredita no Fantástico vive o domingo mais feliz.
Mesmo quem pode ir à Praia, para disputar espaço em meio à farofagem geral – pastel, guaraná biri, nova schin quente, xixi dentro d’agua... – sabe que o dia será pesado, lento, interminável.
Depois, quando a noite chega, banho tomado e o estômago saturado, a dificuldade é encontrar algo possível de se olhar na tevê, com os filmes repetidos, o big brother se arrastando e a novela que só virá no dia seguinte.
É então que chega aquele momento onde quem assiste e acredita no Fantástico vive o domingo mais feliz.
O Fantástico - em meio a natural programação canhestra dos domingos - é o reino do artificialismo, a superexposição do irrelevante, uma verdadeira fábrica de banalidades, preparadas para levar o telespectador até o mundo que querem que ele acredite que existe.
E tem gente que acredita no Fantástico, e com certeza é mais feliz assim.
Porque eu não acredito. Não acredito nas reportagens, nas entrevistas, no editorial, nas mágicas, não acredito em nada. Não acredito nem na previsão do tempo, se ela não conferir com a do Jorge Américo, na Difusora, segunda-feira.
Aliás, essa é mesmo uma maldita característica minha: não acreditar em quase nada.
Não acredito na justiça (embora acredite no Direito); não acredito na sociedade, não creio no diálogo, não acredito em discursos e nem em boas intenções. Não creio nas palavras, nem nas letras de músicas, não acredito nos poetas e menos ainda nas musas, não acredito em moral e nem em estética; creio na ética, mas não acredito em política, e - se querem mesmo saber -, não acredito sequer no que eu mesmo digo todos os dias.
Eu acredito é no Marta Rocha, acredito na Basílio Conceição; acredito nos puros, nos anjos, nos ingênuos; acredito no Albertino, acredito no Feijão, creio no Bernardino. Eu creio mesmo é no improvável, no honesto, no bom, no justo, acredito no sonho, no lúdico, no imaginário.
Eu acredito nos visionários, nos loucos, nos amaldiçoados; acredito no que ficou pra trás e acredito no que ainda está por vir.
Eu acredito é nas canções do Caboclo, nas crônicas do Arnóbio, na sabedoria do Pedro Bittencourt; eu firmo a minha crença é na maravilhosa poesia da Mar-ilha-flor.
Acredito é no Arroio Grande de 73: Osca, Vilson, Tino, Vilnei e Porquinho; Ivo e Guia; Orlandinho, os dois Paulinhos e o Covinha –; eu acredito é no gol de falta do Marrequinho, e no jogo terminando antes do empate do adversário.
Creio no que a minha imaginação diz, no que a minha memória evoca, na guria fornida que carregava o escudo da minha escola, na paixão pela minha mulher dançando inteirinha pra mim.
Eu creio em tudo o que gosto, em tudo o que afinal desejo, em tudo que muitos duvidam; hoje, eu acredito mesmo é na Promorar campeã do carnaval novamente.
Desde, é claro, que essa minha crença não apareça no Fantástico, porque no Fantástico eu custo a crer, embora tenha que admitir: quem acredita no Fantástico vive o domingo mais feliz.
2 comentários:
Quer dizer que o Sr. não acredita nos 70 ml de leite da Cláudia Leite (matéria da última edição)? Acho que nessa dá pra acreditar...
Desta vez sem comentários ao comentário, Ângelo, sem comentários...
Abraço.
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