O encontro poético-musical promovido pela Biblioteca Pública Pelotense em 28/08 – XXIV Sarau – e que teve a nossa participação falando sobre o autor em destaque Federico Garcia Lorca (acima), possibilitou uma discussão interessante acerca da vida e da obra do poeta espanhol, nascido na pequena província de Fuente Vaqueros, na Andaluzia, em 1898, e assassinado pelas forças conservadoras espanholas em Granada, no mês de agosto de 1936.
Como
todos sabem, a poesia de Lorca, além de sinalar o regionalismo das
origens do escritor – o teatro de rua, a dança, as touradas, os
ciganos da Andaluzia... (daí a sua clássica obra “Romancero
Gitano”) – era caracterizada também pela contundência, pois
que denunciativa das desigualdades sociais do período.
Ademais,
Federico era republicano e socialista, e muito cedo assumiu a sua
condição de homossexual, chocando os conservadores padrões
espanhóis da época.
Pois
sobre essa última característica do escritor – a da sua opção
sexual – surgiu recentemente uma obra que vai dar o que falar,
intitulada “El amante uruguayo” e publicada, até onde eu sei,
apenas na Espanha até o presente momento.
O
livro, uma encomenda feita ao escritor Santiago Roncagliolo (autor peruano, que escreve atualmente para o tradicional “El País”
e outras publicações da Espanha), é centrado na história de um
suposto namorado uruguaio de Lorca, um escritor de segunda chamado
Enrique Amorim, sujeito midiático, que se fez passar até por Sartre numa ocasião, e autor de algumas invenciones que
lhe deram certa notoriedade até a sua morte em 1960. Entre elas está o fato de ter erigido um monumento em forma de lápide para Federico, inaugurado na província de Salto em 1953, inclusive com a participação da atriz republicana Margarita Xirgu, que representou o clássico teatral "Bodas de Sangue" de Lorca na ocasião.
Abaixo,
a capa do livro “El Amante uruguayo”, cuja publicação no Brasil
espera-se que venha a ocorrer até o início do ano que vem.
Para
quem quiser se antecipar e saber alguma coisa sobre o tal Enrique
Amorim sugere-se os links abaixo, com declarações do próprio autor
Roncagliolo.
A história de Amorim beira a total canastrice e ao
absoluto charlatanismo, mas que vai dar o que falar isso não deixa a
menor dúvida.