Esclarecendo as referências feitas aos textos da escritora Bruna Lombardi (São Paulo, 1º de agosto de 1951) e da poetisa americana Elizabeth Bishop (8.2.1911 - 6.10.1979) insertos na crônica “Sobre mulheres e mulheres” (postagem abaixo), o primeiro – escrito por Bruna – tem o título de “Uma mulher”, e o segundo, de autoria de Bishop, chama-se “A arte de perder”; a transcrição integral de ambos segue agora para apreciação e deleite dos leitores. (O poema “A arte de perder” possui diversas traduções que lhe alteram completamente o sentido; esta, a do post, é a versão preferida do autor da página).
UMA MULHER (Bruna Lombardi)
Uma mulher caminha nua pelo quarto
É lenta como a luz daquela estrela
É tão secreta uma mulher que, ao vê-la,
Nua no quarto, pouco se sabe dela
A cor da pele, os pelos, os cabelos,
O jeito de pisar, algumas marcas,
A marca arredondada das suas ancas,
A parte onde a carne é mais branca...
Uma mulher é cheia de mistérios
Tudo se esconde: os sonhos, as axilas, a vagina...
Ele envelhece e esconde uma menina
Que adormece onde ela está agora
E o homem que descobre uma mulher
Será sempre o primeiro a ver a aurora.
A ARTE DE PERDER (Elizabeth Bishop)
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