O gaucho (habitante do Pampa, da região agropastoril do Uruguay e da Argentina) tem por costume tomar chimarrão sozinho, sem ninguém para mexer no seu mate. É um hábito tipicamente platense, diferente do gaúcho (do Rio Grande do Sul), este já mais acostumado às rodas de chimarrão. Tomar mate só é exatamente o que parece ser: um ato de solidão, do isolamento que sofrem os homens que se embrenham na imensidão das planícies e das coxilhas do sul da América.
Todavia, mesmo entre os que preferem o mate solitário, mesmo entre aqueles que cultuam o seu mate, vem, com certa freqüência, a vontade de tomar mate “dos outros”. Não é – esclareça-se – tomar mate com os outros, não é participar de uma roda de chimarrão, mas sim experimentar a bebida com um outro sabor.
A vida das pessoas é assim: feita da necessidade de provar mates diferentes. E esse gosto pelo “diferente”, esse desejo de provar o que não é seu, vale para tudo – chimarrão, futebol, política, homens e mulheres –, e serve também para todos – homens e mulheres.
O Pedro Bittencourt tinha uma frase que dizia: “estás tão linda que nem pareces minha”, numa clara referência ao fato de que a beleza da mulher nunca é exaltada pelo “seu” homem, senão que os elogios e a cobiça dirigem-se sempre à mulher que passa, à “outra”, a mulher dos outros.
Assim é também no futebol, onde o jogador que não joga é sempre o mais reclamado pela torcida para resolver os problemas do time; assim é na política, onde todos têm a solução que o Prefeito não consegue ter para os dramas da população; assim é no chimarrão, assim é na vida. Tudo o que “resolve”, o que há de melhor, todas as “soluções” estão longe de nós; conosco fica a rotina, ficam os problemas, fica o amargo mate de sempre.
Não é preciso ser psicólogo para identificar que essa coisa de querer o mate dos outros tem muito de inconformismo com o nosso próprio mate, já que ninguém, ninguém mesmo, pode afirmar que não gostaria de ter sido, ao menos por um dia, o que deixou de ser, na vida.
Daí vem o desejo de provar um outro chimarrão. Mesmo sem trocar de roda, mesmo sem participar de roda alguma, mesmo que seja apenas por experimentar, simplesmente.
É um desejo natural, comum, nada tem de estranho ou de anormal com ele. Ainda assim, cuidado! Nestes tempos de gripe A, de viroses, de epidemias, provar o mate dos outros pode ser mais perigoso do que parece, pode ser devastador, pode ser até mesmo fatal, ou, no mínimo, pode acabar trazendo uma enorme dor de cabeça. Isso se não causar dor pior.
Todavia, mesmo entre os que preferem o mate solitário, mesmo entre aqueles que cultuam o seu mate, vem, com certa freqüência, a vontade de tomar mate “dos outros”. Não é – esclareça-se – tomar mate com os outros, não é participar de uma roda de chimarrão, mas sim experimentar a bebida com um outro sabor.
A vida das pessoas é assim: feita da necessidade de provar mates diferentes. E esse gosto pelo “diferente”, esse desejo de provar o que não é seu, vale para tudo – chimarrão, futebol, política, homens e mulheres –, e serve também para todos – homens e mulheres.
O Pedro Bittencourt tinha uma frase que dizia: “estás tão linda que nem pareces minha”, numa clara referência ao fato de que a beleza da mulher nunca é exaltada pelo “seu” homem, senão que os elogios e a cobiça dirigem-se sempre à mulher que passa, à “outra”, a mulher dos outros.
Assim é também no futebol, onde o jogador que não joga é sempre o mais reclamado pela torcida para resolver os problemas do time; assim é na política, onde todos têm a solução que o Prefeito não consegue ter para os dramas da população; assim é no chimarrão, assim é na vida. Tudo o que “resolve”, o que há de melhor, todas as “soluções” estão longe de nós; conosco fica a rotina, ficam os problemas, fica o amargo mate de sempre.
Não é preciso ser psicólogo para identificar que essa coisa de querer o mate dos outros tem muito de inconformismo com o nosso próprio mate, já que ninguém, ninguém mesmo, pode afirmar que não gostaria de ter sido, ao menos por um dia, o que deixou de ser, na vida.
Daí vem o desejo de provar um outro chimarrão. Mesmo sem trocar de roda, mesmo sem participar de roda alguma, mesmo que seja apenas por experimentar, simplesmente.
É um desejo natural, comum, nada tem de estranho ou de anormal com ele. Ainda assim, cuidado! Nestes tempos de gripe A, de viroses, de epidemias, provar o mate dos outros pode ser mais perigoso do que parece, pode ser devastador, pode ser até mesmo fatal, ou, no mínimo, pode acabar trazendo uma enorme dor de cabeça. Isso se não causar dor pior.