A velha discussão sobre a maneira de como se vive em determinado momento e de como se viveu noutros tempos, e que culmina quase sempre com a afirmação de que - “No meu tempo era melhor!” -, só serve mesmo como retórica de bar, já que acaba comparando coisas incomparáveis, como, por exemplo, a vida da juventude de agora e aquela vivida pelos jovens há vinte ou cinqüenta anos, pois exatamente o tal tempo é capaz de tamanha confusão que torna impossível convencer sobre uma vida “melhor” ou “pior”, ontem ou hoje.
Para os casais de namorados, por exemplo, que só podiam namorar até determinada hora - quando chegava o momento em que cada um tinha que ir pra sua casa, podendo se ver somente no dia seguinte, afora algum eventual pulo de janela na madrugada -, o casamento chegava como algo novo: o momento em que mesmo terminando o dia a separação do casal não viria, ao menos teoricamente, é claro. E isto era bom e era ruim, dependendo do ângulo.
Já os casais de namorados de hoje, na sua grande maioria “dormem junto” desde muito cedo e aí passam o tempo todo lado a lado. Depois, quando decidem “casar” (precisa?), já não tem nada de novo pra oferecer um pro outro, e o casamento chega, assim, sem qualquer surpresa. E isto é bom e é ruim, também dependendo do ângulo.
Antigamente, eu lembro, a gente lia livros. Livros são aqueles objetos com capa e contracapa, com certa quantidade de folhas e alguma história dentro. Os livros possuem forma e cheiro; os livros têm textura e têm alma. E a literatura é, obviamente, uma arte, como o cinema, como a música, a poesia...
Pois hoje os livros perderam lugar para a internet, o cinema perdeu lugar para a televisão, a música perdeu lugar para o MP-5, para o MP-7 (sei lá em que número ‘ta, agora) e a poesia... bom, quanto a poesia a gente vai ter que fazer um cursinho pra lembrar melhor como era.
E de quem é o melhor tempo? De quem levava um mês lendo Sheakespeare, e outro para ler Cervantes; quem via Truffaut num semestre e Goddard no outro; quem escutava no rádio Noel, Pixinguinha, e ouvia a declamação de Neruda, de Drummond por auto-falantes? Ou de quem aperta apenas um botão agora e traz o mundo todo pra dentro de casa em menos de vinte segundos?
De quem é o melhor tempo, afinal? De quem levava meses, anos, para ser apresentado às novidades da “modernidade”, ou de quem está à poucos instantes de poder interferir ele mesmo na criação do novo? Hein, de quem é o melhor tempo?
Pois o melhor tempo, dá pra dizer, é todo o tempo em que se vive, e, como dizia o poeta - “O tempo de viver é toda a vida!”.
Por isso, a quem vive preso ao passado, a quem ainda insiste em parar (n)o tempo; levante, dê corda no relógio (do tempo), dê uma caminhada, vá até a esquina, até o bar, até uma praça; vá a um jogo de futebol, a um comício, a um show de música; faça o seu tempo, pois o melhor tempo ainda é hoje, com certeza é hoje, amigo, é hoje, ao menos até o dia de amanhã chegar...
Para os casais de namorados, por exemplo, que só podiam namorar até determinada hora - quando chegava o momento em que cada um tinha que ir pra sua casa, podendo se ver somente no dia seguinte, afora algum eventual pulo de janela na madrugada -, o casamento chegava como algo novo: o momento em que mesmo terminando o dia a separação do casal não viria, ao menos teoricamente, é claro. E isto era bom e era ruim, dependendo do ângulo.
Já os casais de namorados de hoje, na sua grande maioria “dormem junto” desde muito cedo e aí passam o tempo todo lado a lado. Depois, quando decidem “casar” (precisa?), já não tem nada de novo pra oferecer um pro outro, e o casamento chega, assim, sem qualquer surpresa. E isto é bom e é ruim, também dependendo do ângulo.
Antigamente, eu lembro, a gente lia livros. Livros são aqueles objetos com capa e contracapa, com certa quantidade de folhas e alguma história dentro. Os livros possuem forma e cheiro; os livros têm textura e têm alma. E a literatura é, obviamente, uma arte, como o cinema, como a música, a poesia...
Pois hoje os livros perderam lugar para a internet, o cinema perdeu lugar para a televisão, a música perdeu lugar para o MP-5, para o MP-7 (sei lá em que número ‘ta, agora) e a poesia... bom, quanto a poesia a gente vai ter que fazer um cursinho pra lembrar melhor como era.
E de quem é o melhor tempo? De quem levava um mês lendo Sheakespeare, e outro para ler Cervantes; quem via Truffaut num semestre e Goddard no outro; quem escutava no rádio Noel, Pixinguinha, e ouvia a declamação de Neruda, de Drummond por auto-falantes? Ou de quem aperta apenas um botão agora e traz o mundo todo pra dentro de casa em menos de vinte segundos?
De quem é o melhor tempo, afinal? De quem levava meses, anos, para ser apresentado às novidades da “modernidade”, ou de quem está à poucos instantes de poder interferir ele mesmo na criação do novo? Hein, de quem é o melhor tempo?
Pois o melhor tempo, dá pra dizer, é todo o tempo em que se vive, e, como dizia o poeta - “O tempo de viver é toda a vida!”.
Por isso, a quem vive preso ao passado, a quem ainda insiste em parar (n)o tempo; levante, dê corda no relógio (do tempo), dê uma caminhada, vá até a esquina, até o bar, até uma praça; vá a um jogo de futebol, a um comício, a um show de música; faça o seu tempo, pois o melhor tempo ainda é hoje, com certeza é hoje, amigo, é hoje, ao menos até o dia de amanhã chegar...