sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ÁGUAS

Mágico Promete Muita Chuva Para Caxias

"Só 10 dias de chuvas consecutivas salvam Caxias do racionamento de água. E um praticólogo está prometendo o milagre".

Esta foi a manchete de uma matéria do jornal Zero Hora, publicada em 17-7-1978, e transcrita no jornal "A Evolução" na edição do final de semana subsequente, noticiando as peripécias do arroio-grandense Giliat Carriconde Aquino, criador da chamada filosofia da praticologia, baseada, segundo ele próprio, somente na força do pensamento positivo. 


Conhecido de todos em Arroio Grande, Giliat, o praticólogo, fez sucesso no final dos anos 1970, ganhando generoso espaço na mídia regional e estadual, concedendo inúmeras entrevistas aos canais de televisão, como na TV Caxias (acima) e na antiga TV Tuiuti (abaixo), ambas antecessoras das atuais afiliadas da RBS, de Caxias e de Pelotas, respectivamente.


Parece que Giliat efetivamente conseguiu fazer chover em Caxias do Sul. O problema é que depois (como nos tempos atuais) não parava mais de cair água na região serrana, tendo sido o praticólogo (após ter deixado a cidade) procurado com certa ferocidade pelos caxienses, para fazer "parar de chover", já que a cidade estava à beira de uma inundação. Dizem que Giliat nunca mais foi visto por lá.  

terça-feira, 6 de outubro de 2015

TELEGRAMA

Telegrama enviado de Porto Alegre em 24 de outubro de 1903, para o Intendente Municipal da "Federação" (nome de Arroio Grande à época)
"Cumpro triste dever comunicar-vos acaba de falecer ilustre chefe Dr. Júlio de Castilhos. Funerais amanhã. Borges Medeiros". 
Verso do Telegrama:
 "25 de outubro de 1903 - Dá a infausta notícia de morte do ilustre Chefe Dr. Júlio de Castilhos"
A partir de hoje, e eventualmente, a página deverá publicar posts endereçados ao Dr. Sérgio Canhada e ao Grupo Defensores do Patrimônio Histórico e Cultural do Arroio Grande, como contribuição e homenagem ao trabalho que ambos – Sérgio e o Grupo idealizado por Carla Hernandez – fazem, dedicado à preservação da memória do nosso município.

Como este autor não possui outra página na rede e, portanto, não faz parte do Grupo, e como o autorretrato se propôs, desde sempre, também a esse tipo de abordagem, as colaborações se darão agora de forma cooperada, ficando autorizadas as publicações dos posts na página que o Grupo Defensores mantêm na internet, naquilo que os seus administradores entenderem como necessário, como modesta contribuição deste blog ao trabalho dos historiadores do Arroio Grande.


Um abraço a todos.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA CÂMARA DE ARROIO GRANDE*

Senhor Presidente Vereador Luciano Peres.
Quero, pela presente, externar o mais profundo agradecimento pela homenagem que me foi dedicada, por ocasião da Sessão Solene realizada no dia 26 de março, comemorativa ao aniversário do Arroio Grande, ato que, por motivos inarredáveis, deixei de comparecer, sendo representado por minha mulher Verônica. 
Sou profundamente grato a Vossa Excelência, assim como a todos os Vereadores, que dispensaram, a mim e a outros homenageados, tamanha distinção. 
Tenho consciência, porém, de que tal homenagem, ao menos no meu caso, é fruto apenas e tão somente da generosidade de Vossas Excelências, pois Arroio Grande nada me deve, enquanto eu devo tudo para Arroio Grande. 
Afinal, Arroio Grande me deu o chimarrão nas manhãs ensolaradas, a fala franca com os amigos no decorrer do dia e a imperturbável melancolia dos seus fins de tarde... 
Arroio Grande me deu a paz e a imensidão das suas madrugadas, as rodas de violão e as serenatas ao luar, e janelas para pular nas noites de aflição da juventude... 
Arroio Grande me deu as melhores conversas e as melhores notícias. A melhor rádio para ouvir, o melhor jornal para consultar; a escola Dionísio para estudar, o livro 13 Lugares e meio... para ler, e as canções Groenlândia e Milonga Mauá para escutar. 
Arroio Grande me deu todas as paixões que vivi; a mulher amada para deitar (na cama que escolhi)... Aqui, jamais fui amigo dos Reis, mas tive os companheiros que quis, nas lutas que confrontei. 
Arroio Grande me deu os símbolos da minha formação: o meu padrinho Antônio Siedler, a minha primeira Professora, Marlise, e o ídolo da minha mocidade Oscar Falcão, o “Ósca”. Por todos eles tenho um carinho tão absurdamente extraordinário, que as vezes até me espanta, a ponto de eu desconfiar que são essas pessoas os grandes responsáveis pelo menino que ainda vive em mim. 
Arroio Grande me dá tudo o que preciso para viver: ruas anchas para caminhar, a planície para contemplar e a imaginação poética – livre e solta – do meu pai para que eu tenha coragem de sonhar. Arroio Grande me dá a suave presença da minha mãe para que eu possa repousar... 
Por tudo, Sr. Presidente, serei eternamente devedor desta cidade, o lugar de todos os meus sonhos, da vastidão das minhas utopias, das muitas vaidades que tive e dos meus desmedidos anseios. 
O meu muito obrigado, Sr. Presidente, pela honraria que me foi concedida, e o mais fraterno abraço à Vossa Excelência e aos demais Vereadores. Que sejam todos iluminados, na tarefa árdua e contínua de trabalhar pelo desenvolvimento da nossa terra e pela felicidade do nosso povo. 
Atenciosamente, 
Pedro Jaime Bittencourt Junior
*Publicado no jornal "A Evolução", Ed. 02/04/15