Após a confecção do convite dos 15 anos da Nazine (postagem abaixo), o Pedro Bittencourt desandou a enviar a invitacion para todo mundo - arroiograndenses, gaúchos, uruguaios e brasileiros de toda a espécie, especialmente baianos, pois que o aniversário trazia também uma espécie de reinauguração da "Rua da Bahia", criada pelo poeta um ano antes, em 1974.
Assim, o Pedro resolveu enviar o convite para diversas personalidades da Bahia, tais como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caymi, Jorge Amado e outros, com uma fórmula tão singela quanto imprecisa, pois simplemente postava no Correio - "Caetano Veloso - Salvador - Bahia" - sob o lógico argumento de que qualquer carteiro deveria saber o endereço de tão ilustre figura.
Não se sabe até hoje quem recebeu o convite, já que apenas uma dessas personalidades respondeu ao chamado, o que deixou a todos nós extremamente orgulhosos.
Foi o velho Jorge Amado, que, declarando o recebimento do convite, mandou um livro - Capitães de Areia - e uma Carta manuscrita para a Nazine, que dizia mais ou menos assim:
"Nazine, recebi, honrado, o convite para a tua festa de 15 anos, a qual, entretanto, por motivos diversos, me é impossível comparecer. Mas quero te desejar toda a felicidade do mundo, aí junto aos teus familiares e amigos. Arroio Grande é longe, impossível te mandar flores, razão pela qual te envio o 'Capitães de Areia', como prova do meu carinho e afeto. Um abraço. Jorge Amado."
A Carta do Jorge (a quem eu procuraria na Bahia uma década depois - Rua Alagoinhas, n° 22, Bairro Rio Vermelho, Salvador-BA -, em 1985) foi, infelizmente, perdida, mas como a Nazine continuou se comunicando com ele, o grande escritor brasileiro seguiu presenteando-a com livros, dos quais eu guardei o "São Jorge dos Ilhéus", que a minha irmã recebeu com a seguinte dedicatória (imagem acima):
"Nazine. Não sei se já lhe mandei o 'São Jorge dos Ilhéus'. Agradeço a sua carta de 27 de abril, que só agora e aqui respondo, pois estava escrevendo um romance. Estou saindo de viagem para a Europa e África, voltarei em janeiro. Um abraço. Jorge Amado. Bahia, 1979."